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Neste blog, além de conter a História e Genealogia das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso, há também o Brasão da Família Rascón Martinez e o Brasão das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso, a Cronologia Familiar, a exposição das cidades espanholas de onde vieram os ancestrais da Família Rascón Martinez, fotografias dos patrimônios da família, lugares por onde a família construiu história e fontes documentais, como banco de dados para fim de pesquisa aos familiares. No Blog: Primeiro a apresentação da Cronologia Familiar, depois a apresentação da Colônia Ferreira Pena, município de Santa Isabel, Pará, Brasil, onde a Família Rascón Martinez se instalou. A seguir, a apresentação das cidades espanholas de onde vieram os ancestrais da Família Rascón Martinez. E por fim a História e Genealogia das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso, dividida em partes facilitando a leitura. A História e Genealogia das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso começa na Parte 1. Para quem verá o blog pelo telemóvel (celular) tudo aparecerá limitado. Então rolar para baixo e ver no rodapé do blog o botão “Ver versão para web”. Clicar no botão e então aparecer no lado todas as abas com as partes. Também no mesmo rodapé aparecerá o botão “Página inicial”, com uma seta à direita e outra à esquerda, clicar nas setas e as partes aparecerão cada vez que a sete é acionada.

sexta-feira, dezembro 08, 2023

Parte 38, 1960 A morte de Sérgio Rascón Martínez.

  

PARTE 38

1960

Documentos de impostos

Estado do Pará
Prefeitura Municipal de Baião
Exercício de 1960
1ª Via        Nº 261
Imposto ........ Indústria e profissão ..........

            Imposto ................................. Cr$ ......... 10,00 ..........
            .... Expediente ....................... Cr$ ............ 300 ..........
            .... Taxa .... (?) ..... 20% .......... Cr$ ............. 200 ..........
            .... Taxa .... (?) ..... 20% .......... Cr$ ............. 200 ..........
                        Multa ....................... CR$ ..............................
                                       Total ................ CR$ ......... 17,00 ...........
Recebi do Sr. Nereu Rascon a quantia de dezessete cruzeiros de imposto de ........... que ............. deste município no presente exercício consoante lançamento Nº ..... a fls. N. ...... do livro do imposto respectivo.
Prefeitura municipal de Baião, 7 de fevereiro de 1960.
Frutuoso Moreira
Fiscal."



Estado do Pará
Departamento de Agricultura Nº 50
Imposto Territorial
Exercício de 1960

Município de Mocajuba
CR$ 10,00
O abaixo assinado fica debitado pela quantia de dez cruzeiros, recebido de Sérgio Rascon Martinez, proveniente do
Imposto de 1919 a ............... CR$ .......x........
.................. 1960 ................. CR$ .......x........
......................x..................... CR$ .......x........
......................x..................... CR$ .......x........
......................x..................... CR$ .......x........
......................x..................... CR$ .......x........
Multa de .............................. CR$ .......x........
Somando em Cr$ ...... 10,00 ..... que incide sobre o terreno ..................... denominado Olaria e Castanheiro situado em Ilha do Rufino, Rio Tauaré, aplicado .................. na Indústria Agr. Extr. (Agricultura extrativa) contendo uma área de ....................
            Observações: ........ (5 linhas em branco) .........
Departamento de Agricultura, em 3 de abril de 1960.
O Coletor
Pedro Otoni.



Impostos de 14 de março de 1960:


Imposto territorial de 03.04.1960:


Abaixo, um documento de imposto territorial todo destruído por cupim, impedindo o conhecimento da data de sua emissão. Tudo indica que sua emissão ocorreu nos últimos anos de vida de Sérgio Rascón Martínez.

Estado do Pará
Diretoria Geral da Agricultura e Pecuária do Pará
SECÇÃO DE POVOAMENTO E COOPERATIVISMO
Nº 16
IMPOSTO TERRITORIAL
Município de Mocajuba
Coletoria de Renda do Estado em Mocajuba
Rs. 6,000
O Coletor abaixo assinado fica debitado pela quantia de seis mil reis, recebido de Sérgio Rascon Martinez, proveniente ...... (parte do documento destruído e perdido) ............... ”

 


A Morte de Sérgio

Assim foram os últimos dias e a morte de Sérgio Rascón Martínez

Sérgio Rascón Martínez, o menino que veio da Espanha para o Brasil, aos dois anos de idade, ainda mamando, voltando ainda criança para a Espanha, onde não criou raízes em nenhum lugar, pois seu pai, em busca de trabalho num país em crise, morou em vários lugares, e inclusive passou pela França. Contudo, a infância de Sérgio é conhecendo a Espanha por onde passava, andando de trem e a cavalo.
Veio para o Brasil, pela segunda vez, aos onze anos de idade. Conhecendo a viagem pelo Oceano Atlântico, lembrando de tudo, foi morar num lugar aonde a realidade do tempo e do dito lugar era ainda como o Brasil foi descoberto em 1500. Uma terra devoluta, mata devoluta, fechada e de difícil acesso, com muitas cobras, escorpiões, variedades de aves e insetos e animais selvagens; tudo muito longe, em caminho fechado, com perigo, lama e poças d’água no inverno, sem pedras; sem escola, hospital e sem nada. Uma vida na idade da pedra. Muitos colonos foram embora do lugar.
Saindo da adolescência, ele foi morar para Belém, agora na “civilização”, não querendo jamais voltar à vida de colonos. Morando em várias casas alheias, e trabalhando, encontrou trabalho melhorado como regatão. Afastou-se da família em busca de um futuro promissor, pois a família insistia em ser colonos. Não criou raízes na capital Belém.
Namorou muitas mulheres, mas sem compromisso matrimonial, pois ainda não tinha uma segurança profissional firme e duradoura. Ele foi prudente em não casar cedo. Foi morar em Mocajuba onde fez seu marketing e construiu o seu futuro sólido. Tomou por esposa uma mulher que não o amava, não era sua companheira, amiga e verdadeira esposa, mas que tinha aversão a ele, não o queria como esposo, nunca quis casar com ele, não falava bem dele e ainda procurava colocar os filhos contra ele. De maneira oculta, ela conspirava contra ele, e era rebelde de coração. Ela nunca disse ser sua esposa, mas empregada em sua casa. Ela nunca se considerou sua esposa, mas empregada na sua casa. E assim dizia: “Não sou tua mulher, sou tua empregada, tu foste me buscar para trabalhar aqui como empregada da casa, e não para ser tua esposa”.
Ele a amava, a procurava, e a tratava bem, tanto que ela nunca teve queixa contra ele por destrato. Por ele amá-la e procurar por ela, esta cedia a ele, logo geraram quatro filhos.
Atearam fogo criminoso nos eu comércio, e veio à falência, voltando a ser regatão para sobreviver. Sua esposa, que se considerava empregada de sua casa, o abandonou quando mais precisava de apoio, lavando com ela os filhos que ele muito amava e os queria perto de si.
Seu principal amigo não era seu amigo, mas um astuto paranoico, mal caráter de duas caras, que quebrou com ele nos negócios da empresa, que nunca confiou nele. Falava bem dele pela frente e por traz dava-lhe apunhalada. As escondidas, e de maneira maçônica, denunciou o próprio amigo ao Leprosário do Prata, chegando a ser conduzido ao leprosário, mas convenceu a todos que moraria num sítio, isolado numa ilha, onde não recebia ninguém, e assim foi liberado, mas recebia agentes da saúde até o fim de sua vida que cuidavam de sua saúde e averiguavam se ele não era perigo para a sociedade em geral. Seu próprio amigo Seguin, que o denunciou ao leprosário, ajudou na sua volta para Mocajuba, quando saiu do leprosário, a fim de Sérgio não desconfiar de sua denúncia. E Seguin passou a vida fingindo que sempre queria proteger seu amigo Sérgio do leprosário. Sérgio sabia de sua astúcia, e o Seguin o chamava de ingrato por não reconhecer sua suposta “proteção” oferecida a ele.
Precisou sair da cidade sendo condenado a morar numa ilha isolada para sempre até a morte. Na ilha buscou resgatar sua vida de regatão, e conseguiu, mas depois o seu barco apodreceu e veio à ruína.
Com o incêndio, falência comercial do armazém e das fábricas, a doença hanseníase, o preconceito e rejeição das pessoas contra o leproso, ruína do barco que fazia linha de regatão entre Belém e Mocajuba, passou seus últimos anos vivendo da produção de sementes de cacau, borracha e outros produtos da terra, que ainda gerava muito dinheiro naquela época.
O garoto sonhador que saiu da colônia em buscar de um futuro promissor, afastou-se da família por causa disso, cresceu financeiramente e depois caiu, mas não tanto, perdeu a esposa e os filhos, com um amigo astuto, condenado a morar numa ilha, diferente da realidade de Belém e da Espanha, agora leproso, caiu em si, e agora queria reencontrar de volta a sua família original espanhola, que antes fez de tudo para tirá-lo do Pará, e leva-lo embora com eles para São Paulo.
O Sr. Ribeiro Neto, que muito conheceu o Sérgio Rascón Martínez dizia que ele nunca errava um tiro de rifle. Apontava a mira e acerta o tiro no alvo, nunca errava.
Nos últimos anos de sua vida, Sérgio estava sentindo extrema falta de sua família original espanhola. Ele queria reencontrar a família e unir a todos. Queria reencontrar a família que foi para a Argentina, mas não sabia como reencontrá-la. Sérgio se queijava da ausência da família. Pediu à sua filha Sofia para ir ao consulado espanhol em Belém, no intuito de saber o paradeiro dos familiares perdidos. Sofia foi várias vezes ao consulado espanhol, mas era tratada com muita indelicadeza e arrogância. Na verdade, ela não tinha documentação e tinha pouca informação a dar ao consulado. Sofia desistiu de ir ao consulado.
Em 1959, Sérgio recebeu a visita de sua filha Sofia. Sofia levou joias para Belém, e voltou a acusar o seu irmão Nereu.
No fim da vida, o corpo de Sérgio se retraiu como que se encolheu um pouco, devido a gravidade da enfermidade misturado à velhice, ele estava magro. Nereu estava sempre indo na “Casinha”, a cuidar de seu pai que estava cada vez pior da saúde, tendo todo cuidado para não se contaminar com a lepra. Ele levava comida feita pela sua esposa Maria Marta, chá e remédios ao seu pai Sérgio, e o banhava. Nereu percebeu os últimos momentos de vida de seus pai Sérgio. Familiares de Maria Marta e os amigos da família passaram a frequentara diariamente o Sítio Olaria acompanhando os últimos dias de vida de Sérgio. Houve o dia em que Nereu percebeu a agonia final de Sérgio, e mandou avisar todo mundo. Pessoas de toda parte foram às pressas para o Sítio Olaria. Sérgio Rascón Martínez faleceu no dia 04 de outubro de 1960, às 19h (Certidão de Óbito L.5; F.56; Nº 106), em estado de hanseníase. Sérgio morreu sendo assistido pelo seu filho Nereu e alguns amigos que adentraram a casa. As outras pessoas estavam aglomeradas fora da casa. Seu corpo foi deitado ao chão para receber um banho, e depois ser preparado com veste digna para ser colocado no caixão. Os irmãos Joaquim Osmar de Souza Barros (Su Barros, Seu Barros), que foi vereador em Mocajuba, e José Maria de Souza Barros, ambos falecidos, estavam presentes na hora da morte de Sérgio. Eles moravam no Tauarezinho, próximo à casa de José Fernandes Oliveira. Era costume lavar o corpo falecido, dar banho no corpo, depois secá-lo e vesti-lo muito arrumado, e assim ia para o caixão. Ninguém queria lavar e preparar o corpo de Sérgio, por motivo da lepra. José Maria de Souza Barros se prontificou, e disse que lavaria e prepararia o corpo de Sérgio para ser colocado limpo e bem vestido no caixão, e assim ele fez. Sérgio foi revestido de camisa social mangas compridas, calça social comprida, colete, terno, gravata, meias e sapato social. Muitos homens da época guardavam este tipo de vestimenta para serem revestidos quando morressem. Tal costume foi seguido por Nereu que por muitos anos guardou sua veste e sapato para ser revestido no dia de sua morte. Aníbal preparou o caixão de Sérgio. Os dois irmãos Joaquim Osmar de Souza Barros e José Maria de Souza Barros fizeram o enterro de Sérgio.
Como de costume, durante a noite no velório, antes do enterro e durante os sete dias pós falecimento, houveram as orações dos “rezadores” que rezavam em latim e em português a ladainha, as outras orações e os cânticos.

1960. O Sr. Nereu Rascon.
Deve haver para o funeral do Sr. Sérgio Rascon
Em 5 de outubro de 1960
6 kg de pirarucu .................................................. 915,00
2 latas de nescau (chocolate em pó) ................. 240,00
25 gramas de cominho .....................................    25,00
½ kg de roscas ..................................................    35,00
5 kg de arroz ....................................................     40,00
1 quarta de tabaco ..........................................     50,00
                        Soma .......................................  1.365.00
Pago por Nereu Rascon: ...............................  1.365.00

                                                  Tauarezinho, 5-10-(19)60
José Maurino de Souza”.

O referido tabaco na nota era para dar aos fumantes no velório. Os mais antigos erram mais gentis, que até providenciavam cigarro a quem fumava, a fim de não saírem do velório para comprar em ligares distantes.
No dia 05 de outubro de 1960, pela manhã, o cortejo do enterro saiu da “Casinha” no Sítio Olaria, rumo a cidade Mocajuba. O caixão com o corpo foi no meio da grande canoa que Nereu possuía, puxada a remo. Outras canoas seguiram o cortejo. Na cidade, o corpo foi levado para as exéquias na Igreja Matriz de Mocajuba, e depois ao cemitério onde foi sepultado. Naquele tempo o cemitério não tinha todo o seu tamanho atual. O dito terminava exatamente onde o corpo de Sérgio foi enterrado. A cruz afincada na mediação da cabeça do corpo de Sérgio nas entranhas da terra, estava rente ao muro aos fundos do cemitério. Até a década de 80 do século XX, ainda se vi a muitas cruzes como enfileiradas numa só linha, atravessando a largura da necrópole. Todas essas cruzes estavam afincadas rente ao muro dos fundos do cemitério.
Nilson, filho de Nereu, em vida, legalizou na prefeitura municipal de Mocajuba um terreno próprio no cemitério de Mocajuba, onde mandou construir um mausoléu com gavetões, preparado para o eventual sepultamento de toda a sua família.


Entre o túmulo do Sérgio Rascón Martínez e o túmulo vazio construído pelo Nilson está um túmulo aparentemente abandonado, sem nenhum letreiro. É o túmulo de Josefina Pereira Mendes, irmã do Jacinto Mendes, tia da “professora Deusa” que mora na Praça da Caixa D'água em Mocajuba. Falecida entre os anos de 1950 a 1960, antes da morte de Sérgio Rascón Martínez. Ela chegou a ser casada, mas devido a lepra, seu esposo não mais podia conviver ela, e dela se separou. Quem era infectado de lepra, precisava mora numa casa isolada, assim aconteceu com ela. Jacinto Mendes ía a Mocajuba fazer compra na cidade Mocajuba e a leva para a leprosa na casa isolada. Jacinto Mendes e sua esposa Úrsula iam à casa da leprosa Josefina levar alimentos como peixe, carne, verduras, frutas, remédios, etc. Quando ela morreu, ainda não era idosa. Em tempos mais antigo em Mocajuba, as pessoas tinham medo, nojo e preconceito de lepra, então a parte dos fundos do cemitério de Mocajuba foi reservado aos leprosos. Todos os leprosos eram sepultados na parte dos fundos do cemitério. No dito cemitério, na parte dos fundos, na lateral direita de quem entra na necrópole, há uma porta que dá acesso à Praça da Caixa D'água, aquela porta foi feita reservada para os leprosos passarem para o sepultamento.
No lado do túmulo de Josefina Pereira Mendes havia um espaço de terra. Quando Sérgio Rascón Martínez morreu em estado avançado de lepra, em 1960, seu corpo foi sepultado ao lado do túmulo da dita defunta, por causa da amizade de Jacinto Mendes com Sérgio Rascón Martínez. Este é o verdadeiro motivo do jazigo da Família Rascón ser situado aos fundos do cemitério. Todos os anos, no dia de finados, Nereu Rascon de Freitas acendia vela sobre o túmulo de Josefina Pereira Mendes.
A “professora Deusa”, nascida em Belém, foi recém-nascida para Mocajuba sem registro civil, e assim foi adotada, de maneira informal, pelo seu tio Jacinto Mendes, que a registrou como filha em Mocajuba, com um determinado nome civil. Aconteceu que a seguir, seus verdadeiros pais a registraram em Belém com um outro nome, e foi este dito nome que prevaleceu. Deusa é seu apelido.

A Porta dos leprosos aos fundos do Cemitério Municipal de Mocajuba ainda existe até a presente data.




Nereu tirou os bens e os documentos da casa de Sérgio, a “Casinha”, e ateou fogo na casa, por causa da lepra, e demoliu a sobra da casa após o fogo. Na verdade, a casa de taipa já estava entrando em ruína. No meio do terreno onde estava a casa, Nereu plantou uma mangueira que vingou, cresceu e deu muitos frutos. A mangueira ainda existe.
O senhor Joaquim Osmar de Souza Barros era conhecido em Mocajuba como “Su Barros”, que é o diminuitivo de “Seu Barros”, quando saiu do Tauarezinho indo morar na cidade Mocajuba, residia na Travessa João Ribeiro, Nº 53, quase na frente da casa da Nilva, filha do Nereu. Ele tinha uma oficina metalúrgica. Seu filho Edmar Lopes Barros também foi vereador em Mocajuba. Os irmãos Joaquim Osmar de Souza Barros e José Maria de Souza Barros morreram no mesmo dia, em cidades diferentes, em novembro de 1998, fazendo com que os dois ramos familiares não se visitassem no velório e enterro. Os dois irmãos eram filhos de um português que se estabeleceu no Tauaré.
Sérgio deixou uma quantia de dinheiro num banco para Sofia em Belém. Para retirar o dinheiro, o banco pediu a certidão de óbito de Sérgio como prova de sua morte. Nereu tirou duas vias originais da certidão, uma via ficou com o banco e outra com a Sofia. Quando Sofia morreu, a dita certidão ficou sob a tutela de sua filha Nilze de Freitas Colares.
Pela seguinte nota abaixo, parece que Sérgio deixou uma dívida comercial, paga por Nereu no mês seguinte depois de sua morte. A dívida parece ser crédito, tirar mercadoria por crédito para depois pagar.

1960.
O Sr. Sérgio Rascon
Deve haver em c/c (conta corrente) com José M. de Souza.
Outubro: 5. S/j (Sua conta) justa nesta data: 333.80
Nov. (novembro) 30. Importância paga por Nereu: 333.80.
Em 30 de novembro de 1960
José Maurino de Souza”.

Certidão de Óbito de Sérgio Rascón Martínez
Sérgio Rascón Martínez faleceu em Mocajuba, Pará, Brasil, aos 73 anos de idade, no dia 04 de outubro de 1960, às 19h, sepultado no dia seguinte no Cemitério Municipal de Mocajuba – Nossa Senhora da Conceição.
Observações a serem feitas no texto original da certidão:
Sérgio morreu no dia 04/10/1960, mas sua certidão de óbito foi registrada em cartório no dia seguinte, dia 5, no dia do sepultamento.
O Senhor Jacinto Pereira Mendes prestava serviço comercial, de confiança, aos senhores espanhóis Francisco Seguin Dias e Sérgio Rascón Martínez. Possivelmente ele foi enviado por Nereu Rascón de Freitas, filho de Sérgio, que cuidou do velório do sepultamento do pai, ao cartório, fazer o registro da Certidão de Óbito, pois, seguinte o registro, ele foi ao cartório executar o mandato.
Com certeza, Jacinto Pereira Mendes, desconhecia os nomes dos pais do falecido Sérgio, não podendo ser declarados no registro, que aparecem como pais ignorados. Como também, parece que não sabia dar outras informações sobre a vida e a causa da morte do Sérgio, que morreu com lepra, mas de fato não se sabe se foi a lepra que o matou, ou morreu de causa natural ou de outra enfermidade. As vezes não é a doença declarada que mata, mas outro fato. Logo a causa da morte parece ignorada.
Em um papel timbrado e carimbado, foi expedida uma Certidão de Óbito, referida no Livro 5; Folha 56; Número 106 estava com sua filha Sofia de Freitas Nogueira, em Belém, que falecendo, ficou sob a tutela de sua filha Nilze de Fátima Freitas Colares, que também falecendo, ficou sob a salvaguarda de seus filhos. O motivo de tal certidão, em duas vias, foi a pedido do banco, em Belém, onde estava depositado dinheiro que Sérgio deixou para a sua filha Sofia. O banco exigiu uma Certidão de Óbito para liberar o dinheiro. Uma via da certidão ficou com o banco e outra via com a Sofia.
Uma outra via, como cópia reprográfica, no Cartório de Mocajuba, foi expedida no dia 07 de outubro de 2024, a pedido de Nautilho Pereira de Freitas, filho de Nereu Rascon de Freitas, neto de Sérgio Rascón Martínez, para fim de informação histórica familiar e memória afetiva da família. Nesta nova via emita contém o seguinte teor:

“REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS

CERTIDÃO DE INTEIRO TEOR
CÓPIA REPROGRAFICA
SERGIO RASCON MARTINEZ

MATRICULA
067728 01 55 1960 4 00000 056 0000106 27

‘106     Fl. 56
Termo de Óbito de Sérgio Rascon Martinez.
Aos cinco dias do mês de outubro de mil novecentos e sessenta, nesta cidade de Mocajuba, Comarca de Cametá, Estado do Pará, em meu cartório, à Rua Siqueira Mendes, número doze, compareceram o cidadão Jacinto Pereira Mendes, paraense, casado, propriedade (seria proprietário), residente no lugar Tauaré, deste município, e perante mim, Oficial de Registro Civil, e as testemunhas abaixo assinadas, declarou que, ontem, às dezenove horas, faleceu Sérgio Rascon Martínez, espanhol, solteiro, proprietário, residente em Tauaré, deste município, de setenta e três anos de idade, filho de pais ignorados, causa mortis ignorada por falta de assistência médica. E de como assim declarou em firmeza, lavrei este termo, que assina o declarante, que assina com as testemunhas.
Eu, Raimundo Penafór Guerreiros, Oficial de Registro Civil, o escrevi e assino:
Jacinto Mendes
Fernando Meireles
Guilherme Vidal Martins
Se daqui para diante para estatística.’

CARTORIO GONÇALVES DO ÚNICO OFÍCIO
Titular: ROSINETE ALBUQUERQUE MIRANDA
CNPJ: 05.845.110/0001-78
Rua Getúlio Vargas, nº 32, Bairro CENTRO
Mocajuba-PA, CEP 68420-000
Telefone: (91)98450-2900 - E-mail: goncalvescartorio@hotmail.com

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
[QR Code do cartório] SELO DIGITAL CERTIDÃO Nº: 2235503 - SERIE: A SELADO EM. 07/10/2024
CÓDIGO DE SEGURANÇA Nº: 305-532-200000-52173175118080
QTD   ATO   EMOLUMENTOS   FRJ  FR
C1    390,50      58 9,76


[Carimbo do cartório:]
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Cartório Gonçalves
OFÍCIO ÚNICO
Macajuba – Pará.

O conteúdo da certidão é verdadeiro. Dou fé
Mocajuba-PA, 07 de outubro de 2024.
(Assinatura manuscrita): Amanda Lopes Barbosa
(Nome impresso): Amanda Lopes Barbosa
CPF: 011.534.242-74
Escrevente Autorizada.”


O requerimento acima é de autoria de Nilton Sérgio Brito Rascón, filho do Nereu, a pedido do Nautilho, que o procurou na Prefeitura Municipal de Mocajuba, onde trabalha. Nilton digitou e imprimiu o texto no seu gabinete de trabalho.

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