“Da Rua 8 de Maio, nós fomos morar na
Travessa Itaboraí (Icoaraci), próximo da 1ª rua, lá ele trabalhou como pintor no conjunto da COHAB.
De lá, voltamos para Belém; moramos no bairro da Marambaia, não demoramos muito
por lá e, voltamos para Icoaraci, (morando na) Rua Ponta Fora. E (papai)
continuou com venda de tecidos. Depois fomos morar na Passagem das Flores (Icoaraci), onde colocou um pequeno comércio. Foi no
tempo em que a tia Maria com a família foram morar conosco, pois eles tinham
perdido um filho em Oeiras do Pará de nome Basílio (Basilinho), não lembro por quanto tempo, mas acredito
que foi por um mês, logo se mudaram para outra rua também em Icoaraci.
Da Passagem das Flores, nos mudamos para
Passagem Sol Nascente, bairro da Agulha, já essa casa era nossa, as outras eram
todas alugadas. Neste lugar, o papai continuou com um pequeno comércio
(bodega), aí começou a dar para trás as coisas lá, foi quando ele conseguiu um
emprego como fiscal na empresa de transportes Aero Clube, em Belém. (Nota:
A extinta empresa de transportes “Aeroclube" refere-se à antiga empresa de
ônibus Transportes Aero Club, que operou por muitos anos na cidade de Belém e
em Ananindeua). Lá fomos para Belém,
moramos na Passagem Alegre, bairro da Pedreira, de lá ficava próximo a casa da
tia Sofia. Logo depois nós nos mudamos para Rua 28 de Setembro e, foi neste
período que ele conheceu um parente meio distante, chamado de Jurumim. Este
parente convidou o papai a ir para Bagre, trabalhar com ele. Neste tempo eu era
cobrador de ônibus no Aero Clube.”
Em
Outro texto do Albino: “Jurumim, era um
tio dele, não sei o grau de parentesco, de Igarapé Miri, foi para Bagre, lá
colocou um comércio e trabalhava com madeira, vendia para (a empresa) Madernorte.... Eu trabalhei com ele, ‘entre
aspas’, trabalhava e não recebia nada, foi um tempo bem difícil para mim e para
mamãe e meus irmãos.... Quando ele foi para Bagre, nós morávamos na Rua 28 de
Setembro, em Belém. Ele foi com o tio Jurumim, trabalhar para Bagre.”
“Ele vendia madeira, mas não em
Breves, e sim para Abaetetuba.”
(Nota:
“A empresa com a razão social Madenorte S/a Laminados e Compensados, opera com
o CNPJ 04.371.548/0001-07 (04371548000107) e foi fundada em 30/09/1982. O
endereço de sua sede está localizado na Porto Esquerdo do Rio Parauau, Breves -
PA, 68.800-000. Sua atividade principal é de Fabricação de madeira laminada e
de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada, de acordo com o código
CNAE C-1621-8/00.”).
“O papai pediu para eu ficar dando o
apoio financeiro para nossa família enquanto ele ia para Bagre. Acontece que,
no primeiro mês ele voltou e levou dinheiro, depois ele não voltou e nem deu
mais notícias. Eu tive que ir atrás dele. Chegando lá, a tia Maria tinha se
mudado para Bagre. Deram-me a notícia que ele já tinha outra mulher (a
segunda esposa, a Maria José). Eu voltei
para Belém, contei para mamãe, ela foi atrás dele, e chegando em Bagre, alugou
um barco e foi para o Rio Jacundá atrás dele (na localidade Terezinha no
Rio Jacundá). Ele já sabendo, arrumou uma
casa (tapirí), onde ela ficou hospedada. (Tapirí, é uma palhoça, choupana
construída para abrigar provisoriamente seringueiros, lavradores, etc.). Essa história é longa, a gente se perdeu
no alto Jacundá, e atentamos onças... etc.... Daria para fazer um livro!
Foi aí que ele ficou com a dona Maria (Maria
José, a segunda esposa do Teodomiro), que
é mãe da Zenaide, Elizeu, Elias e Eliane. (Faltou ele mencionar a Jaid).
Já a tia Maria, como mencionei, foram
de Oeiras do Pará para Icoaraci, devido a morte do Basilinho, consequência de
mordida de morcego. De Icoaraci, foram para Belém, moraram um bom tempo por lá.
A tia Isaura, já morava em Bagre, há muitos anos, antes de nós irmos para
Belém. Só muitos anos depois é que a tia Maria foi para Bagre.
É uma história muito longa.”
Nautilho
informando o Albino: “A Guiomar sempre
morou na Travessa Apinagés (bairro Condor), foi o esposo dela que comprou o terreno depois do casamento dela.
“Eu lembro da Guiomar, nós moramos
perto. Um filho dela morreu ainda pequeno, nós estávamos morando em Icoaraci
quando isso aconteceu.” (Nota: Não foi um filho homem, mas uma
menina criança chamada Katia).
“Em Oeiras do Pará: O papai trabalhou
na prefeitura, na gestão do Rui Costa, se não me engano, essa época eu sei
porque ele contava... (Em Oeiras do Pará trabalhou como
funcionário público da prefeitura, na secretaria de saúde).
Já de onde eu lembro: Nós morávamos em
Oeiras do Pará, no lado onde morava a tia Maria, ficava bem perto da praia, lá
ele tinha uma taberninha (pequena taberna). Depois nos fomos morar no Rio Urubuena, lá tinha um comércio grande,
chamado de Conceição, pois foi do meu padrinho Nelsinho, esposo da minha tia
Jandira, irmã da mamãe.... Lá ele colocou um comércio e ficou muito bem. Porém,
não sei o que acontecia com ele que não parava, e mudou-se para outro rio
central no município de Oeiras do Pará. Eu lembro que lá, nós passamos por
apertos (dificuldades financeiras),
daí voltamos para cidade de Oeiras e logo após, viemos para Belém...”
(Uma
taberna, taverna, locanda, tasco ou tasca é um local onde se vende vinho a
varejo (neste caso, também é chamada de baiuca ou bodega), ou então é um
restaurante simples. Mas em muitos lugares do norte brasileiro, taberna ganhou
sentido de um pequeno comércio sortido, onde tudo se vendia).
Albino
não lembra do tempo em que Iracema morou por pouco tempo em Icoaraci e
trabalhou na fábrica de tecelagem: “Pedro
Carneiro, era uma fábrica de tecelagem, fabricava sacos de fibra.... Não estou
lembrando da Iracema.”
Albino
confirmou que seu pai Teodomiro (Dodó), trabalhou como regatão: “O caso do regatão, ele só veio trabalhar já
aqui para Bagre. Em Oeiras do Pará não lembro, mas até onde eu sei, não
trabalhou de regatão não. E também aqui em Bagre, ele não trabalhou na
prefeitura.” De fato, Teodomiro trabalhou como regatão viajando pelos rios
amazônicos, confirmado por ele ao seu sobrinho Nautilho e confirmado pela sua
irmã Isaura, que relatou parte da história familiar ao mesmo Nautilho.
Algumas
informações sobre os filhos de Teodomiro: Alcino, filho de Teodomiro, foi
vereador na cidade de Portel, onde era comerciante, na gestão de 1997 a 2000.
Em 2002, quando visitei a família em Bagre, Albino trabalhava com eletrônica em
sua casa, seu filho Charles Glendel trabalhava e morava com ele. Alvino morava
em Anajás. Jó morava em Breves e Marlene morava em Oeiras do Pará.
Em
agosto de 1995, na casa da Sophia, Teodomiro listou para o seu sobrinho
Nautilho, os nomes dos filhos das duas famílias fundadas por ele, em prol desta
história familiar e da genealogia.
Segundo
a Isaura, sua mãe Custódia de Freitas Nogueira faleceu quando a sua filha
Irlanda Maria Rodrigues Braga tinha dois anos de idade. Irlanda, filha da
Isaura, nasceu em 09/11/1952. Custódia, morreu em 1954?. Nilton Sérgio Brito
Rascon, filho do Nereu Rascon de Freitas nasceu em 26/11/1957.
Albino
conheceu seu avô Elpídio, conforme ele disse: “O vovô Elpídio, conheci sim, gente muito boa. Ele veio para Bagre e faleceu
em Belém. Eu não estou bem lembrado quantos anos eu tinha, mas devia ser uns 19
anos mais ou menos. Nasci em 02/08/1958.” Elpídio morreu em 1977?
Júlia
Oliveira de Freitas, a primeira esposa do Teodomiro, nasceu 09/06/1923, morava
no Conjunto Tapajós, em Belém; faleceu em 14/06/2011. Teodomiro faleceu em
29/04/2010. Maria José Gonsalves, a segunda esposa do Teodomiro, estava viva,
morando em Bagre, até o ano de 1977?.
-
2. Isaura Cardoso Rodrigues.
Nascimento: 14/09/1933. Falecimento: 03/08/2016.
Bendito
Batista Rodrigues, esposo de Isaura, é natural de Cametá. O que a falecida
Isaura falava que, em 1940, Bagre pertencia ao município de Oeiras do Pará, e
que o dito município se chamava Araticu, é verdade: “Pelo Decreto Lei nº 3.131, de 31 de outubro de 1938, o Município de
Portel perde para Oeiras o distrito de Bagre. Em face do disposto no Decreto
Lei nº 4.505, de 30 de novembro de 1943, o Município de Oeiras e o distrito de
Bagre passaram a denominar-se Araticu, constituído de dois distritos Araticu e
Bagre, Bagre, até 1961, pertencia ao município de Araticu, hoje Oeiras do Pará.
A Lei nº 2.460, de 29 de dezembro de 1961, lhe restituiu a autonomia municipal”
- Fonte: Wikipédia. Benedito era soldado policial em Belém, e como soldado foi
destacado para Bagre, e logo depois para Oeiras do Pará, onde serviu durante
nove anos como militar, e onde conheceu Isaura. Benedito e Isaura casaram em
1950. Em 1950, Benedito renunciou a farda dando baixa ao serviço militar. O Sr.
Oséias Magalhães o chamou a trabalhar em comércio na “boca do rio Arioca” –
conforme a expressão de Isaura, em 1953, onde nasceu a filha Irlanda, e onde
morou com Isaura a cerca de dois anos. Foram morar à margem do rio Urubuena
(Oeiras do Pará) onde acabou o comércio. Benedito agora vivia do trabalho de
madeira e de regatão. Depois foram morar Oeiras do Pará, sem o comércio, onde
Benedito foi vereador, no município de Araticu. Bendito foi destacado como
delegado de polícia militar para Bagre em 1964; foi delegado durante dois anos,
e três anos como promotor. Naquele tempo, por causa da carência em muitos
lugares distantes no Brasil, delegados e promotores eram nomeados sem formação
alguma, sem competência e sem experiência na área do trabalho, mas era preciso
nomear. Benedito fundou um comércio em Bagre que durou que perdurou até a
gestão do presidente do Brasil, José Sarney (1985 – 1990). Dos filhos de
Isaura: Iolanda e Irlanda nasceram em Oeiras do Pará e ali foram registrados;
os demais nasceram em Oeiras do Pará, mas foram registrados em Bagre.
Quando
Benedito fechou seu comércio em Bagre, na gestão do presidente Sarney, logo
depois sua filha Irlanda ergueu um comércio no lugar do comércio falido do pai,
e entregou o comércio nas mãos de sua irmã Yeda, enquanto partiu para trabalhar
na política na cidade de Melgaço, e foi vereadora naquela cidade nas gestões de
1997-200 e 2001-2004. Acometida por câncer, em julho de 2002 fez cirurgia de
câncer no braço esquerdo. Irlanda teve três esposos: Waldir, Ronaldo Braga e
Ronaldo Rangel, e foi abandonada pelos ditos. Com o primeiro esposo gerou uma
filha, Rosilene Rodrigues Braga, nascida com síndrome de autismo, de boa
aparência, a dita era quieta, silenciosa, pouco falava e parecia ter alguma
dificuldade para falar, contudo, ajudava nos serviços de casa e bordava. Não
foi reconhecida como filha pelo pai. O segundo esposo de Irlanda, Ronaldo
Braga, adotou a Rosilene, filha da Irlanda, como sua filha adotiva. Irlanda
tinha duas residências, uma em Belém e outra em Melgaço. Irlanda tinha um
apartamento num edifício na Rua do Óbidos, Cidade Velha, Belém, onde eu
visitava a Tia Isaura, todas as vezes que ela estava em Belém. Irlanda tinha
muitas fotografias de sua vida, família e viagens nacionais e internacionais.
Quando Irlanda morreu, Isaura e seu filho César tomaram custódia de sua filha
Rosilene e do seu apartamento.
Os
filhos e netos de Isaura, Maria e Teodomiro (Dodó) foram dedicados à política
partidária militante, e vários deles foram vereadores em cidades da Ilha do
Marajó, eleitos pela força protestante. César, filho de Isaura, foi vereador em
Bagre. Eles seguiram o protestantismo. Isaura e Maria tornaram-se protestantes
levaram seus filhos, netos e bisnetos ao protestantismo. Teodomiro não seguiu o
protestantismo, mas seguiram suas duas esposas, com os filhos, netos e
bisnetos.
Quando
eu visitei a cidade de Bagre em 2002, Isaura trabalhava vendendo roupas em sua
loja “Spog pinxinxa”. Seu esposo fazia pequena venda comercial. Seu filho
Nilvando trabalhava vendendo gás e óleo diesel no porto de Bagre. Seu filho
César tinha seu próprio comércio “Bazar Beira Rio” no porto de Bagre. Silem,
neto de Isaura, filho do Elpídio Antônio, trabalhava com o César no comércio.
Seu filho Carlos trabalhava na unidade de saúde em Bagre. Yeda e seu esposo
Alan tinham um pequeno supermercado. Seu filho Nirlando era diretor do
Departamento de Terra. Elpídio Antônio, sua esposa maria do Socorro e sua filha
Priscila moravam em Ananindeua, no Conjunto PAAR, Alameda Irituia, Quadra 101,
onde eu fazia visitas a eles. A Iracema, filha da Alta, morava perto dele. Sua
filha Iolanda, seu esposo, filhos e netos moravam no mesmo quarteirão da casa
do Elpídio Antônio, em Ananindeua, Conjunto PAAR, Alameda Irituia, Quadra 101,
Número 31, mas vendeu a casa mudando-se para o seu apartamento no Conjunto
Maguari. A família de Yeda e Carlos, e também o Silem, filho do Elpídio
Antônio, moravam no casarão da Isaura em Bagre. Seus filhos César, Nirlando,
Nilvando e Paulo tinham casa própria em Bagre.
A visita de Isaura a Mocajuba
Sophia
e sua filha Nilze de Freitas Colares, os irmãos Isaura, Maria, Teodomiro e as
irmãs Iracema, Eunice e Guiomar mantinham contatos em Belém. Nereu era o mais
afastado por morar em Mocajuba. A Nilze me levava na casa de Iracema quando
esta morava na Cidade Nova 6, bairro Coqueiro, Ananindeua. Depois eu visitava
sozinho a Iracema antes de sua mudança do dito endereço. Iracema visitava a
casa de Maria em Belém, e algumas vezes eu estava na visita. Eu visitava os
irmãos Antônio e Iolanda, e geralmente encontrava vários primos em suas casas.
Depois
da morte de sua mãe Custódia, os irmãos Isaura, Maria e Teodomiro foram morar
para Bagre. Isaura era a que mais procura se atualizar com as notícias de seu
irmão Nereu em Mocajuba. Ela também perguntava sobre seu irmão Nereu às pessoas
de Mocajuba quando estas passavam por Bagre.
No
bairro do PAAR, em Ananindeua, Irlanda, filha da Isaura, comprou um terreno
para seus pais. Quando Isaura vinha de Bagre para Belém, também se atualizava
nas notícias de seu irmão Nereu em Mocajuba. Nilvando, filho de Isaura, e
Maria, irmã de Isaura, também procuravam por notícias sobre a família em
Mocajuba. Quando Isaura soube que o Nilton, filho do Nereu e Maria Marta
trabalhava na prefeitura de Mocajuba, conseguiu o número do telefone da dita
prefeitura e telefonou várias vezes para o Nilton, quando ainda não havia
telefone móvel em Mocajuba. Isaura também conseguiu o número do telefone da
secretaria de educação de Mocajuba, para falar com seu sobrinho Nei, filho do
Nereu, que trabalhava na instituição. Maria Olinda e sua mãe Maria Rosa também
telefonaram para Isaura em Bagre.
Isaura
apressa sua viagem e Mocajuba para rever o irmão Nereu e conhecer os demais
familiares desconhecidos por ela, Isaura, Maria e a Iolanda, filha da Isaura,
telefonam para a Benedita (Benta), irmã da Maria Olinda, esposa do Nei, e para
mim em Belém. Nei, Maria Olinda e sua mãe Maria Rosa telefonam para Isaura e Maria.
Da casa de Maria em Belém, a Iolanda telefonou para mim, a fim de eu ir para a
dita casa, onde estava Isaura, a tratar da viagem de Isaura a Mocajuba. Isaura
disse a mim que, sua mãe sofreu muito a perda do filho quando este se afastou
dela indo morar com o pai, e morreu sem ver o dito. O seu encontro de com seu
irmão Nereu em Mocajuba, não era simplesmente rever o irmão, mas era também um
ato de sentimento e memória à sua mãe Custódia: ela estava representando a sua
mãe Custódia que ia ao encontro de seu filho Nereu, e o reencontrava outra vez,
pois morreu sem reencontrá-lo, pois, quando Nereu foi à Oeiras do Pará para
rever a mãe, esta já estava morta; ela queria ir a Mocajuba para realizar o
desejo de sua mãe em reencontrar o filho.
Naquele
tempo, em Mocajuba, Nereu muito frequentava a Casa de Maria Rosa, mãe de Maria
Olinda, esposa do Nei. Maria Olinda esforçava para Nereu passar do dia na casa
e dormir ali, passar o fim de semana com eles, e festejava o aniversário de
Nereu com toda a família. Era uma família que muito agradava o Nereu. Por tal
motivo, Maria Rosa, mãe da Olinda, intercedeu para Isaura se hospedar em sua
casa, para ficar mais próxima de Nereu, e deixar os dois irmãos sempre juntos e
a sós para conversar à vontade. A intenção de Maria Rosa era convencer Nereu a
permanecer na cidade durante toda a estadia de Isaura em Mocajuba, não indo
para o Sítio Olaria. Nereu não gostava de pernoitar na cidade, ele não gostava
de ficar na cidade, então era preciso de uma força maior para convencê-lo a
ficar por causa da presença de sua irmã Isaura. Maria Olinda e sua mãe Maria
Rosa conseguiam fazer o Nereu dormir na cidade.
Na
noite do dia 19 de abril de 2002, Isaura, Priscila – filha de Antônio e neta de
Isaura, e eu, partimos de Belém para Mocajuba no barco “Rodrigues Alves”,
chegando a Mocajuba na manhã ensolarada de 20/04/2002. No barco, ainda no meio
do rio, eu mostrava para Isaura a “Casa São Geraldo” erguida no lugar da casa
de Sérgio, onde sua mãe Custódia viveu em união estável com ele, durante 12
anos. No trapiche esperava por Isaura o seu irmão Nereu, Nilva, outros
familiares, e algumas irmãs de Maria Olinda. Do barco eu apontei para Isaura o
seu irmão Nereu que estava de pé no trapiche ao lado da Nilva que sorria.
Isaura, com sorriso de felicidade, comparava seu irmão Nereu igual ao seu outro
irmão Teodomiro (“Dodó”). Descemos do barco e Isaura abraçou Nereu com emoção,
e depois os outros parentes e ela apresentados, entre cumprimentos e beijos.
Foi a união do passado com o presente. Do trapiche seguimos para a casa da
Maria Rosa, onde Priscila e eu também fomos hospedados, e onde Isaura recebia
visita de parentes. Houve um almoço com os familiares que puderam ir. A tarde saímos de carro em visita a parentes
voltando a noite para a casa de Maria Rosa. Isaura sempre estava a contar a
história da família, mencionando mais o fato do incêndio, da separação do casal
Sérgio e Custódia, o rapto de Tereza e a vinda de Nereu para Mocajuba.
No
dia em que Isaura chegou a Mocajuba, Nereu preferiu dormir na casa da Nilva. Na
manhã do dia seguinte, 21/04/2002, Nereu, Isaura, Priscila, Nei, Maria Olinda,
Paulo e Neiliane – filhos do Nei, Nilda – filha da Nilva, Genilce – filha do
Nilson e eu fomos para o Sítio Olaria, onde almoçamos churrasco de frango. Após
o almoço, a família se reuniu ao redor de Isaura e Nereu para ouvir os fatos
históricos da família, onde tudo foi esclarecido à Isaura. Isaura se emocionou
e chorou ao lembra de sua mãe Custódia quando foi buscar Tereza na casa de
Francisco Seguin Dias, levando-a de volta consigo. Ela se sentiu no lugar de
sua mãe, representando-a em visita a Nereu no lugar onde ele morava. Isaura viu
o lugar do Sítio Petrópolis onde Custódia foi buscar Tereza. No dia 22/04/2002,
segunda-feira, às 15 h, Isaura, Priscila e eu partimos de Mocajuba para Belém,
no barco “Jubileu”, chegando a Belém no fim da madrugada do dia 23/04/2002,
terça-feira. Em Belém, Nei, Francisco (Chiquinho, irmão da Olinda) e eu
vistamos a casa dos seguintes filhos da Isaura: Iolanda, Antônio e Irlanda, e
visitamos a Maria, irmã da Isaura.
Nos
últimos anos de vida de Nereu, nos meses e nos dias em que ele esteve em Belém
e Ananindeua, para tratamento de saúde, houve visitas entre os irmãos Nereu,
Maria e Isaura. Nereu chegou a visitar sua irmã Maria em sua casa.
Morreram
Teodomiro (em Bagre), Nereu (em Mocajuba), Nilze Colares (filha da Sophia, em
Belém), Benedito (esposo de Isaura, em Bagre), Basílio (esposo de Maria, em
Belém), Isaura (em Bagre), Maria (a cega, em Belém, sepultada em Bagre). Maria
José Gonsalves, a segunda esposa de Teodomiro, ainda viva em Bagre, até ao ano
de 2025. Iracema, muito idosa, ainda viva em Ananindeua, até ao ano de 2025.
A viagem de Nautilho a Bagre.
Isaura
queria levar um dos filhos de Nereu para conhecer os familiares em Bagre. Eu
visitei Bagre, levado por Isaura. Saímos do apartamento da Irlanda e fomos para
um porto tomar o barco. No dia 03/05/2002, sexta-feira, às 19 h, Isaura, Yeda –
filha da Isaura, Alan – ex esposo da Yeda, Thaís e Thainá – filhas de Yeda e
Alan, Simone – uma jovem afrodescendente babá de Thainá, e eu partimos de Belém
para Bagre no barco “Cobra Sete”, chegando a Bagre na manhã de 04/05/2002,
sábado. Eu já conhecia a região do Marajó até São Sebastião da Boavista,
passando por Curralinho, em missões religiosas. Desta vez cheguei mais adiante,
até Bagre, fazendo o mesmo percurso que meu pai Nereu fazia como regatão. Em
Bagre, eu visitei as casas dos familiares, anotando os dados genealógicos e
históricos da família. Nas tardes ensolaradas, Teodomiro (Dodó) ia tomar café
comigo na casa de Isaura, e depois ele me levava nas casas dos parentes e
amigos da família como visita. No dia 12/05/2002, domingo, a festa do dia das
mães foi comemorada na casa de Isaura com um almoço de churrasco de frango. No
dia 14/05/2002, terça-feira, eu parti de Bagre para Belém, no barco “Cobra
Sete”, chegando a Belém na manhã de 15/05/2002, trazendo comigo uma carta de
Isaura para Nereu, cuja foi enviada para Mocajuba. Dizia a carta:
“Bagre, 14.05.2002
Querido irmão Nereu.
É com muita satisfação que estou te
escrevendo, mano, estou feliz por ter falado contigo pessoalmente, era meu
desejo, agora estou feliz; mais feliz por ter conhecido meus queridos sobrinhos
que são uma dádiva que Deus te deu esta família maravilhosa, o Nautilho com
especialidade é uma pessoa de Deus, todos os parentes gostaram muito dele, para
mim é um filho, por nós ele ficava morando conosco até o dia que ele quisesse,
mas ele tem que ir. Nereu, não quero que páre por aí, esse entrosamento da
família, eu vou ficar te esperando em julho, junto com o meu filho Nei, junto
com esposa e filhos. Estou mandando abraço para Nilva, Nilson, Marta e os
demais que não conheço, mas confio em nosso Deus que um dia ainda conhecerei
todos, me recomenda para dona Maria Rosa e família, esta família maravilhosa
que conheci, um abraço bem apertado na Linda (Maria Olinda).
Sem mais, com saudades
Tua irmã
Isaura Cardoso”.
- 3.
Maria Freitas Cardoso. Nascimento:
31/05/1935, Igarapé Miri, Pará, Brasil. Falecimento: 24/02/2025, em Belém,
sepultada em Bagre.
Elpídio, o segundo esposo de Custódia, viúvo, fundou outra família, gerou uma filha de nome Maria do seu segundo casamento, e morreu em Belém, sepultado no Cemitério Santa Isabel. Foi esta Maria, que cedeu para a sua meia irmã Maria – filha de Custódia e Elpídio – um pedaço do seu terreno em Belém, no bairro Terra Firme, para construir sua casa própria, na Avenida Cipriano Santos.
Quando Maria, filha de Custódia e Elpídio, saiu da cidade de Bagre para morar em Belém com seu esposo Basílio, as duas Marias irmãs, foram vizinhas por vários anos. Depois da morte do Basílio, esposo de Maria faleceu, Maria vendeu a casa para uma filha a fim de ajudá-la em Belém, indo morar na casa de sua filha Maria Anunciação Freitas da Costa, conhecida como “Nete”.
Maria Freitas Cardoso, nasceu em 31/05/1935, no município de Igarapé Miri, filha de Custódia de Freitas Nogueira e Elpídio. Na infância e adolescência seguiu os pais em todas as mudanças da família até a moradia na cidade de Oeiras do Pará. Aos 16 anos de idade, foi acometida com uma enfermidade nos olhos, sendo socorrida com remédios caseiros que não curtiram efeito medicinal em um lugar sem recurso clínico.
Os olhos inflamados de Maria se fecharam, permanecendo fechados por vários dias, e quando se abriram, ela já havia perdido grande parte da visão, ainda conseguindo ver as coisas, mas de longe. A cegueira foi aumentando paulatinamente. Ainda assim, casou com o jovem Basílio da Costa Cardoso, natural de Bagre, gerando filhos, netos e bisnetos. Aos 30 anos de idade, Maria ficou cega definitivamente, perdendo toda a visão. Maria ficou cega. Em olhos ficaram brancos.
Basílio da Costa Cardoso, esposo de Maria, filha de Custódia de Freitas Nogueira com Elpídio, nasceu em Bagre. Foi Comissário de política do prefeito José Leôncio, e depois foi delegado.
De Oeiras do Pará, Maria mudou-se com a família para Bagre, indo atrás de Isaura, no intuito de ficar sempre perto de sua irmã Isaura por ser cega. Em Bagre, teve uma sorveteria que foi vendida para o seu filho “Paulo Oli”. O dinheiro da venda foi usado para a construção da casa do casal Basílio e Maria em Belém.
Com a idade avançada, Maria foi morar de aluguel em Belém, onde comentou com sua meia irmã também chamada Maria, a filha do segundo casamento do seu pai Elpídio, o desejo de ter uma casa própria em Belém. Maria, sua meia irmã, fez doação de um pedaço do seu terreno próprio para Maria construir sua casa em Belém. A sorveteria foi vendida em Bagre e o dinheiro da venda foi aplicado a construção da casa em Belém, na Avenida Cipriano Santos, Nº 382, entre Rua Andiroba e Passagem Canaã, bairro Terra Firme. Até o dia da morte de Brasília, o casal tinha casa em Bagre e Belém. Maria passava alguns meses em Bagre e depois voltava para Belém. Seus netos ocupavam a casa como moradia para fim de estudo em Belém. A casa também servia de hospedaria aos parentes vindos de Bagre para Belém. Era uma casa muito feliz, alegre, familiar e acolhedora. Era onde eu ia visitar a tia Maria. Depois da morte de Basílio, a casa foi vendida para a sua filha Iraneide no intuito de ajudá-la a ter casa em Belém. E por causa da velhice e cegueira foi morar na casa de sua filha Maria Assunção Freitas Costa, conhecida como “Nete”. Na verdade, a “Nete” era quem cuidava dos pais desde muitos anos. Por causa da ocupação da casa pelos netos de Maria, em busca de estudo escolar e faculdade em Belém, “Nete” comprou sua casa própria perto dali, e levou sua mãe Maria para morar com ela. A filha menor de Maria era chamada pelo apelido de “Beneca”, nascida com Síndrome de Down, faleceu em 14/12/2015.
Irani da Costa Rosa (a “Jane”), foi vereadora em Bagre na gestão municipal de 1997 a 2000. Em 2002, quando visitei a família em Bagre, o Paulo Freitas da Costa, chamado de “Paulo Oli” tinha a sorveteria “KiDelicia”.
Maria, depois de viúva, foi levada pela sua filha “Nete” (Maria da Anunciação) para morar em sua casa, na Rua Jabatiteua, Belém, próximo à casa que pertenceu à Maria. Maria foi acometida pela Doença Alzhaimer, tendo momentos de lucidez, neste estado, no dia 01/06/2024, os 90 anos de idade de Maria foi comemorado no "Lyra Recepções", situado na Avenida Cipriano Santos, 1015, com almoço oferecido aos familiares e amigos, e com uma tarde alegre. Maria tinha o costume de dormir cedo da noite. Na noite de 24/02/2025, vendo que estava dormindo no seu quarto, no andar de cima da casa da “Nete” (Maria da Anunciação) onde ela morava, a porta do quarto foi fechada. Aproveitando o tempo em que ela dormia, a sua filha “Nete” e alguns netos da Maria que estavam na casa, foram jantar no primeiro andar. O jantar estava inda no início quando ouviram um barulho de uma queda na escada. Alguém caiu do segundo andar. Maria era cega, mas podia andar apalpando nas paredes, ela havia se acordado, seguiu rumo à porta do quatro, abriu a porta, saindo sozinha do quatro, andou na direção da escada e caiu do segundo andar abaixo, batendo a cabeça no portão de aço. Levada às presas para o hospital Saúde da Mulher, não resistiu, vindo a óbito no mesmo dia da queda. Depois do exame necropsia (autópsia), seu corpo foi removido para a uma Capela Individual da Sociedade União Goog - Pax, na Travessa Lomas Valentinas, número 1825, entre Avenida Duque de Caxias e Avenida Rômulo Maiorana, bairro Marco, onde foi velado, pernoitou. No dia seguinte, o corpo foi removido para um porto de Belém, com destino à cidade de Bagre. Seu sobrinho Nautilho, sozinho, acompanhou o corpo no carro fúnebre até o porto, onde foi colocado num barco. Nautilho seguiu para Bagre junto aos familiares. O barco passou a noite toda viajando. Corpo chegou a Bagre no dia 26/02/2025, ou seja, no terceiro dia depois da morte de Maria. Do barco, o corpo seguiu num carro fúnebre para um lindo complexo em vasto terreno, que servia para retiro e outros eventos religiosos da igreja protestante "Congregação Cristã no Brasil", de onde Maria era membro, onde ocorreu um culto fúnebre e homenagem. Depois o cortejo fúnebre seguiu para o cemitério onde foi sepultado sobre os restos mortais de seu esposo Basílio e de sua filha Emilene (a “Beneca”).
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Parte da Genealogia sobre Custódia e
Elpídio
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Custódia de Freitas Nogueira teve dois
esposos: Sérgio Rascón Martínez, e Elpídio Cardoso Wanzeller. São os filhos
da segunda união de Custódia, digo, os filhos de Custódia e Elpídio Cardoso
Wanzeller, que geram a história da Família Cardoso junto à Família Rascón
Martínez. Os meios irmãos de Nereu Rascón de Freitas, por parte de sua mãe
Custódia, são a Família Cardoso por meio da mesma mãe, que é a matriarca das
famílias: Rascón Martínez, Freitas e Cardoso e suas ramificações.
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Nome: Custódia
de Freitas Nogueira, filha de Raimundo Nonato de Freitas e Matilde
Nogueira de Freitas, primeira esposa de Sérgio Rascón Martínez. Viveu 12 anos
como esposa de Sérgio por união estável. Mãe da Maria Auta, Sophia, Tereza,
Nereu, Hélio Sérgio (Serginho), Leuci, Teodomiro (Dodó), Isaura, Maria, José
Cardoso e Manuel Cardoso. Custódia nasceu no lugar Ararin, município de
Cametá.
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Segundo Esposo, casados:
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Elpídio Cardoso Wanzeller. Dados:?
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Filhos com segundo esposo Elpídio:
Todos os filhos de Custódia e Elpídio nasceram no município de
Igarapé-Miri.
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- 1. Leuci Freitas Cardoso. Morreu jovem solteira
com cerca de 20 anos de idade, sem gerar filhos.
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- 2. Teodomiro
Cardoso de Freitas (o “Dodó”). Nascimento: 15/10/1930, no município de
Igarapé Miri. Falecimento:
29/04/2010, sepultado em Bagre, Pará, Brasil. Casou,
possui duas esposas em tempos distintos, construindo duas famílias distintas,
e gerou filhos, netos e bisnetos, gerando uma grande descendência. Cidades
onde morou: Igarapé Miri, Oeiras do Pará, Bagre, Belém.
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- 3. Isaura
Cardoso Rodrigues (nome de casada). Nascimento: 14/09/1933, no município
de Igarapé Miri. Falecimento: 03/08/2016, em Bagre, Pará, Brasil. Casou,
gerou filhos, netos e bisnetos. Cidades onde morou: Igarapé Miri, Oeiras do
Pará, Bagre, Belém.
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- 4. Maria
Freitas Cardoso. Nascimento: 31/05/1935, no município de Igarapé Miri.
Moradora em Belém. Casou, gerou filhos, netos e bisnetos. Falecimento:
24/02/2025, em Belém, sepultada em Bagre. Cidades onde morou: Igarapé Miri,
Oeiras do Pará, Bagre, Belém.
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- 5. José Cardoso de Freitas. Morreu com 2
anos e 6 meses de idade.
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- 6. Manuel Cardoso de Freitas. Morreu
recém-nascido.
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