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Neste blog, além de conter a História e Genealogia das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso, há também o Brasão da Família Rascón Martinez e o Brasão das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso, a Cronologia Familiar, a exposição das cidades espanholas de onde vieram os ancestrais da Família Rascón Martinez, fotografias dos patrimônios da família, lugares por onde a família construiu história e fontes documentais, como banco de dados para fim de pesquisa aos familiares. No Blog: Primeiro a apresentação da Cronologia Familiar, depois a apresentação da Colônia Ferreira Pena, município de Santa Isabel, Pará, Brasil, onde a Família Rascón Martinez se instalou. A seguir, a apresentação das cidades espanholas de onde vieram os ancestrais da Família Rascón Martinez. E por fim a História e Genealogia das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso, dividida em partes facilitando a leitura. A História e Genealogia das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso começa na Parte 1. Para quem verá o blog pelo telemóvel (celular) tudo aparecerá limitado. Então rolar para baixo e ver no rodapé do blog o botão “Ver versão para web”. Clicar no botão e então aparecer no lado todas as abas com as partes. Também no mesmo rodapé aparecerá o botão “Página inicial”, com uma seta à direita e outra à esquerda, clicar nas setas e as partes aparecerão cada vez que a sete é acionada.

segunda-feira, janeiro 01, 2024

Parte 11, 1919 Uma Escritura de Custódia de 1919 e Escritura de requerimento eleitoral para Sérgio.

  

PARTE 11


1919

Uma Escritura de Custódia de 1919

A partir de 1919, algumas escrituras foram feitas por Custódia de Freitas Nogueira e por Sérgio Rascón Martínez, reconhecendo seus filhos como legítimos de Sérgio, dando a ele a custódia e os direitos legais sobre os filhos.
Uma escritura manuscrita de 1919 atribuída à Custódia de Freitas Nogueira, sobre sua filha Sofia:

Declaração
Pela presente a meu rogo feita e assinada, declarou, Custódia de Freitas Nogueira, que sou mulher solteira, livre e desimpedida; que tenho estado nesta cidade de Mocajuba, morando na casa comercial dos Senhores “Seguin & Rascon” como empregada, da qual é sócio gerente o Sr. Sérgio Rascón Martinez, com quem tive uma filha, nascida em trinta de setembro de mil novecentos e dezoito, achando-se registrada no Cartório do Registro Civil, com o nome de Sophia de Freitas Nogueira; eu não tendo os meios precisos para criar e educar esta menina, comprometo-me depois dela deixar o leite e, que já possa comer, entregá-la ao seu dito pai, Sr. Sérgio Rascón Martinez, para criá-la e educá-la como sua própria filha que é, desistindo de eu de todos os direitos que nela tenho, sem poder de futuro reclamá-la, pois tal é a confiança que tenho no Sr. Sérgio.
Em firmeza mandei passar a presente que, como não sei ler nem escrever, pedi ao Sr. Capitão Manoel Pereira Tavares que a meu rogo assine com as testemunhas Srs. Tenente Coronel Alexandre de Oliveira Castro e Tenente José Teixeira de Souza Barros, em cuja presença me foi lida e achei conforme o meu desejo e vontade.
Mocajuba, 10 de fevereiro de 1919
A rogo de Custódia de Freitas Nogueira
Manoel Pereira Tavares
Alexandre de Oliveira Castro
José Teixeira de Souza Barros.
        Reconheço verdadeiros as assinaturas reto de Manoel Pereira Tavares, Alexandre de Oliveira Castro e José Teixeira de Souza Barros, e dou fé.
Mocajuba, 11 de fevereiro de 1919
Em testemunho A.P.I. (Arthur Pedro da Igreja) da verdade
O tabelião Interino
Arthur Pedro da Igreja
D. 1$800
Apresentado hoje pelo Sr. Sérgio Rascón Martinez
Apresentando sob o Nº 75 de ontem do livro de averbação Nº 1, às folhas 25 verso e 26.
Oficial do Registro Especial
Arthur Pedro da Igreja”.

Sérgio Rascón Martínez não acertou no amor quando tomou Custódia por esposa. Custódia, órfão de pai e mãe, morava com os padrinhos aonde não estudou, era analfabeta, com pouca cultura, rude, “durona”, prepotente, arrogante, ríspida, impaciente, narcisista, maliciosa, ameaçadora e desafiadora. Na casa dos padrinhos vivia “escravizada” ao trabalho doméstico e ao trabalho de cultivo de cacau e borracha de seringa, e andava descalça na lama. Contudo, era uma jovem bonita, e sua beleza encontrou o Sérgio, que pediu ao padrinho da jovem para Custódia ser sua empregada em sua casa em Mocajuba. O pedido foi cedido, e Custódia partiu com Sergio no barco para Mocajuba, levando sua filha de seis anos de Idade, a Alta, gerada em incesto com seu primo Abílio num cacaual.
Custódia dizia que viveu apenas um dia como empregada na casa de Sérgio em Mocajuba, no dia seguinte já era sua esposa, porque ele a tomou por esposa. Na verdade, essa era a verdadeira intenção de Sérgio. Entretanto, Custódia nunca o amou e nunca se sentiu e se assumiu como sua esposa, ela sempre se considerou empregada na casa de Sérgio. Sérgio era amoroso, assumindo a menina Alta, filha de Custódia como filha. Ele tratava muito bem a Custódia e a menina, e por tratar tão bem, Custódia se cedia a ele, e assim geraram quatro filhos.
Custódia tinha uma aversão e xenofobia à Sérgio. Usou a alienação parental nos filhos contra o pai. Ela passava os filhos uma imagem muito negativa de Sérgio. Falava mal dele aos seus filhos, e tentava afastá-los de tudo o que ele gostava, inclusive da comida vegetariana. Dizia que a pessoa estrangeira não era boa e era desconfiada das pessoas da terra. Ela buscava mostrar aos filhos todos os defeitos de Sérgio, como uma pessoa que não prestava. Ou seja, ela sempre trabalhava os filhos contra o pai, manifestando uma proteção aos filhos contra Sérgio. Ela era narcisista, manipulava e dominava os filhos. Sérgio era a sua vítima.
Quando se irritava com Sérgio, diz que ser sua empregada e não sua esposa. Dizia que ele foi busca-la para ser sua empregada e não sua esposa, e estava na sua casa como empregada. E também sempre dizia que qualquer dia ia embora de sua casa. Ela jamais queria se casar com ele. Ela dizia que nunca se casaria com ele, eis porque nunca se casaram. Uma vez ela disse que ia embora de sua casa e levaria sua filha Sofia com ele para bem longe de Sérgio. Este, por sai vez, disse podia ir, mas não levaria a sua filha. Orgulhosa, não se rebaixando para Sérgio, disse que ele podia ficar com sua filha, mas ela ia embora. E para desafiar Sérgio, e dizer de uma vez por toda que não era sua esposa, mas empregada em sua casa, foi ao cartório fazer a escritura e a entregou a Sérgio.
Quando Sérgio adoeceu de lepra, ela colocou os filhos contra o pai, colocando medo neles contra o pai e contra a doença, usando a condição da doença a convencê-los para ir embora com ela, deixando o Sérgio só na casa. Ela tinha grande poder, influência e domínio sobre os filhos, e usava de violência física em caso de desobediência ou discordância de sua ordem e vontade. Ninguém podia discordar dela. Foi assim que ela fugiu com as crianças da casa de Sérgio, quando este estava numa viagem de negócio comercial em Belém.
Quando os filhos estavam sob seu domínio longe do Sérgio, não podia visitar o pai Sérgio. Eis porque seu filho Nereu vou visitar o pai sem nada comunicar a ela, e nunca mais voltou a morar com ela. Tereza sempre quis ver o pai Sérgio, mas sob o domínio da mãe era impossível. Ele só pôde visitar o pai depois de casada, quando saiu da casa da mãe. Então Tereza pediu ao esposo para leva-la até seu pai Sérgio. Ela queria revê-lo, e assim foi feito.
Eu precisei escrever tudo isso, para fazer o leitor entender a motivação de Sérgio ir ao cartório, diversas vezes, reconhecer os filhos, sob as ameaças desafiadora de Custódia.
Nove anos depois de Custódia abandonar Sérgio em Mocajuba, seu casou com Elpídio em Igarapé Miri, e geraram filho. Para os filhos que Custódia gerou com Elpídio, repassou a mesma aversão e xenofobia contra a pessoa de Sérgio, agora com um acrescento: ela precisa justificar sua separação de Sergio e sua nova união conjugal com Elpídio. Então usava de toda a negatividade contra Sérgio para poder justificar sua separação com Sérgio e sua união com Elpídio, alegando que Sérgio não prestava e que a pessoa estrangeira não era boa. Tudo o que ela se lembrava de fatos na vida do Sérgio, repassava com negatividade a todos os filhos.


Escritura de requerimento eleitoral para Sérgio

Escrituras manuscritas e seladas com selo oficial sobre Sérgio:

"Atestamos nós abaixo assinados, que o senhor SÉRGIO RASCON MARTÍNEZ, e residente neste município, a mais de dois meses. E por ser verdade passamos o presente documento.
Mocajuba, 20 de setembro de 1919
Francisco Seguin Dias
Benedito Sabbá."
 
"Ilmº (ilustríssimo) Sr. Juiz Substituto
Como requerer – Mocajuba, 25 de setembro de 1919 – Arthur Pedro da Igreja.
Sérgio Rascón Martinez, para fins eleitorais, requer a Vossa Senhoria se digne mandar-lhe certificar sem seguimento a esta se o seu nome consta, ou não, da revisão de jurados deste Distrito Judiciário.
P. (pede) deferimento.
Mocajuba, 25 de setembro de 1919
Sérgio Rascón Martinez".

"Arthur Pedro da Igreja, oficial do Registro Civil, Tabelião de Notas, Escrivão do Juri e da demais Comarca do Segundo Distrito Judiciário “Mocajuba” da Comarca de Cametá, Estado Pará. Certifico em obediência ao despacho da petição supra, que revendo o livro de atas de revisão de Jurados deste distrito, existe em meu poder e cartório, neste encontrei o nome do requerente Sérgio Rascón Martinez incluindo sobre o número duzentos na revisão feita em quinze de setembro do ano corrente, constando também o seu nome, e outras revisões anteriores. O referido é verdade e o dito livro me reporto e dou fé.
Mocajuba, 25 de setembro de 1919
O Escrivão do Juri
Arthur Pedro da Igreja".


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