Pesquisar este blog

Entendendo o Blog

Neste blog, além de conter a História e Genealogia das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso, há também o Brasão da Família Rascón Martinez e o Brasão das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso, a Cronologia Familiar, a exposição das cidades espanholas de onde vieram os ancestrais da Família Rascón Martinez, fotografias dos patrimônios da família, lugares por onde a família construiu história e fontes documentais, como banco de dados para fim de pesquisa aos familiares. No Blog: Primeiro a apresentação da Cronologia Familiar, depois a apresentação da Colônia Ferreira Pena, município de Santa Isabel, Pará, Brasil, onde a Família Rascón Martinez se instalou. A seguir, a apresentação das cidades espanholas de onde vieram os ancestrais da Família Rascón Martinez. E por fim a História e Genealogia das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso, dividida em partes facilitando a leitura. A História e Genealogia das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso começa na Parte 1. Para quem verá o blog pelo telemóvel (celular) tudo aparecerá limitado. Então rolar para baixo e ver no rodapé do blog o botão “Ver versão para web”. Clicar no botão e então aparecer no lado todas as abas com as partes. Também no mesmo rodapé aparecerá o botão “Página inicial”, com uma seta à direita e outra à esquerda, clicar nas setas e as partes aparecerão cada vez que a sete é acionada.

segunda-feira, janeiro 01, 2024

Parte 12, 1920 Contrato Social da empresa “Seguin & Rascon”. Atestado de naturalização brasileira de Sérgio Rascón Martínez, de 1920.

 
PARTE 12

 

1920
 
Contrato Social da Fundação da empresa “Seguin & Rascon”.

Lucas Fernandes Gonsalves, Serventuário Vitalício do Primeiro Ofício de Tabelião de Notas da cidade de Mocajuba, etc. Certifico que revendo o Livro Nº (21) vinte e um, de escrituras deste cartório, a folha 88 v. (verso) a 90, consta o seguinte:
Escritura pública de sociedade comercial que fazem e assinam os Senhores Francisco Seguin Dias, Samuel Prudêncio de Souza Júnior, Sérgio Rascon Martínez e Estevam Obal da Silva, como abaixo se vê.
Saibam quantos esta pública escritura de sociedade comercial virem que no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, de Mil Novecentos e Dezessete (1917), aos cinco dias do mês de fevereiro nesta cidade de Mocajuba, Segundo Distrito Judicial da Comarca de Cametá, a Rua Siqueira Mendes, em meu cartório, ali perante mim Tabelião e as suas testemunhas abaixo nomeadas e no fim assinadas, comparecerão presentes, partes justas e contratadas, o Senhor Francisco Seguin Dias, casado, espanhol; Samuel Prudêncio de Souza Júnior, casado, brasileiro;  Sérgio Rascón Martinez, solteiro, espanhol, e Estevam Obal da Silva, solteiro, alemão, residentes neste município e no de Cametá neste Estado, que reconheço serem os próprios  do que dou fé. E por todos me foi dito perante as suas testemunhas infra-assinadas que por bem desta escritura e na melhor forma de Direito se acham contratados, para constituírem entre si uma sociedade comercial com as cláusulas reciprocamente aceitaram e abaixo seguem:
- Primeira clausura. O fim social é compra e venda de mercadorias e gêneros nacionais e estrangeiros.
- Segunda clausura. A sociedade é um nome coletivo a respeito dos sócios presentes com a responsabilidade diretamente ao sócio comanditário Francisco Seguin Dias, que constitui as sociedades entre os sócios seus, como o capital de quatorze contos de réis em dinheiro e mercadorias existentes para os fundos sociais.
- Terceira clausura. As firmas sociais agirão sob a razão de: Seguin & Obal, em Icatú; Seguin & Rascon, nesta cidade, e Seguin & Souza, no município de Cametá.
- Quarta clausura. É vedado ao sócio comanditário quaisquer atos de gerências nas casas comerciais nem mesmo ainda como procurador, posto que o uso exclusivo das firmas ora constituídas pertencem aos sócios. - Samuel Prudêncio de Souza Júnior, Sérgio Rascon Martinez e Estevam Obal da Silva respectivamente em todos os atos que se refiram aos negócios das sociedades.
- Quinta clausura. A duração das sociedades é por tempo indeterminado, devendo, entretanto, contar pela sua responsabilidade do dia primeiro do ano corrente, tempo em que comemorarão as operações sociais.
- Sexta clausura. As escriturações comerciais ficam a cargo dos sócios responsáveis de cada um dos estabelecimentos sociais, que as conservarão sempre em dia, feitas com asseio e de conformidade com a Lei comercial brasileira.
Sétima clausura. No dia trinta e um do mês de dezembro de cada ano comercial, procede-se aos balanços gerais nesse tempo, então o sócio comanditário será convidado para um dia certo e determinado, tomar conhecimento dele e tomar as providências que achar conveniente para o interesse seus e das próprias sociedades, propondo a confirmação do mesmo negócio ou a sua dissolução.
Oitava clausura. É expressivamente proibido a qualquer um dos sócios vender mercadorias a prazo ou fiados por conta da sociedade, cabendo todas as responsabilidades relativas, respectivamente.
Nona clausura. O capital do sócio comanditário que constitui o fundo de reserva da firma Seguin & Obal é de quatro contos de réis; Seguin & Rascon, seis contos de réis, e, Seguin & Souza, quatro contos de réis em mercadorias e dinheiros.
Décima clausura. Os lucros líquidos verificados pelos balanços em partes iguais, ou sejam, cinquenta por cento a cada um e os prejuízos por conta exclusivas (erro gramatical na escritura), digo, exclusivos dos sócios responsáveis pelo comércio.
Décima primeira clausura. A quota dos lucros verificados pertencentes a cada um dos sócios responsáveis depois de conferidos pelo sócio comanditário será levado a Conta Corrente com retirada franca, relativamente, a este e aos demais levados a conta de Capital Social.
Décima segunda clausura. No caso de falecimento de algum dos sócios, durante o tempo da sociedade, o sócio sobrevivente liquidará a sociedade em pleno acordo com os herdeiros do sócio falecido, pagando de acordo com as forças do comércio o saldo verificado, deduzindo deste qualquer prejuízo encontrado, depois do fechado o respectivo balanço comercial (erro gramatical na escritura), digo, final.
E por se acharem assim contratados, me pediram lhes fizesse esta escritura que sendo-lhes lida e achada conforme, assinam com as testemunhas presentes, o Capitão Theophilo Ottoni Ferreira Franco, Francisco Xavier Corrêa, pessoas idôneas do meu conhecimento, residentes neste distrito, que também assinam.
Eu, Lucas Fernandes Gonsalves, Tabelião que o escrevi subscrevo e também assino com o selo próprio abaixo aderentes e institisados do que tudo dou fé.
Lucas Fernandes Gonsalves.
Francisco Seguin Dias.
Samuel Prudêncio de Souza Júnior.
Sérgio Rascon Martinez.
Estevam Obal da Silva.
Theophilo Ottoni Ferreira Franco.
Francisco Xavier Corrêa.
Estavam cinco estampilhas federais no valor de trinta mil réis devidamente instituídas.
Era o que se continha em as oito folhas do mencionado livro as quais me reporto e de onde bem e fielmente fez extrair a presente certidão que depois de haver conferido e contratado, por acha-la em tudo conforme subscrevo e assino nesta cidade de Mocajuba, aos vinte dias do mês de março de mil novecentos e vinte.
Eu, Lucas Fernandes Gonsalves, Tabelião quem fiz transcrever esta, subscrevo e assino, depois de conferir com o original e dou fé.
Mocajuba, 20 de março de 1920.
O Tabelião
Lucas Fernandes Gonsalves.
B – 2$500
C – 2,000
R – 4,830
2,330
            Reconheço verdadeiras as assinaturas nesta de Lucas Fernandes Gonsalves, e dou fé.
Mocajuba, 20 de março de 1920
Em testemunho A. (Arthur) P. (Pedro da) I. (Igreja) da verdade.
L. e L. 1$100
            Apresentado hoje pelo Sr. Sérgio Rascon Martinez.
            Apresentado sob o Nº de ordem 464 do protocolo Nº 1 fol. 20 v.
Averberado integralmente sob o Nº da ordem 12 do Liv de averberação Nº 1, fls. 44v. 454.
Mocajuba, 20 de março de 1920
Oficial de Registro Civil
Arthur Pedro da Igreja.

Ampliar a imagem no computador com dois cliques antes de baixar.




Atestado de naturalização brasileira de Sérgio Rascón Martínez, de 1920

O atestado também confirma a primeira Imigração da Família Rascón Martínez, da Espanha para o Brasil, em 1889.
Atestado
Eu abaixo residente nesta Capital, atesto que o Senhor Sérgio Rascon Martinez, filho de José Rascón e Tomasa Martinez, residia nesta capital em mil oitocentos e oitenta e nove (1889), junto com seus pais, os quais não fizeram declaração nenhuma, a 15 de novembro do mesmo ano da Proclamação da República, aceitando portanto a grande naturalização, passo o presente atestado, por que nessa época eu já era residente nesta capital e, tenho verdadeiro conhecimento do acima referido, e por ser verdade, passo o presente atestado e assino.
Pará, 25 de outubro de 1920.
Pantaleão Vaqueiro Gonçalves”.

Ampliar a imagem com dois cliques no computador antes de baixar



Título Eleitoral de Sérgio Rascón Martínez

Título Eleitoral de Sérgio Rascón Martínez
Ampliar a imagem com dois cliques no computador antes de baixar


Nascimento de Tereza.

Tereza Rascón de Freitas, segunda filha legítima de Sérgio e Custódia. Nascimento: ?/?/1920, em Mocajuba. Casada. Falecida ainda jovem sem gerar filhos, em Oeiras do Pará.

 


Os indígenas Anambés em Mocajuba.

Este fato ocorreu quando Sérgio e Custódia ainda viviam como marido e mulher em Mocajuba, mas não podemos confirmar o ano exato do acontecimento.
Quando uma tribo dos indígenas Anambés, invadiram Mocajuba, fortemente armados, vindos do rumo do limite entre os municípios de Mojú e Mocajuba, todos da cidade correram, fecharam as casas e os comércios, mas um só homem ficou de pé para enfrentar os indígenas. Este homem é Sérgio Rascón Martínez. Naquele tempo os indígenas Anambés ainda se vestiam seminus com penas, andavam descalços e ainda se pintavam seus corpos.
Naquela manhã ensolarada, aqueles que voltavam do trabalho no campo, viram a tribo dos indígenas Anambés caminhando firme rumo à cidade, correram de medo e foram gritando avisando que os indígenas estavam vindos para a cidade, fortemente armados com suas armas artesanais. O medo apavorou todo mundo. As mulheres gritavam: “Ai meu Deus, eles vão matar todos nós”. Os maridos deram ordens às mulheres para entrarem nas casas, trancarem as portas e janelas, e se trancarem dentro das casas fechadas. Os homens se armaram com todo aquilo que podia ser usado como arma. Quem não tinha espingardas se armaram com machados, facas e facões (terçados). Portas e janelas das casas eram fechadas as pressas. Crianças e adolescentes se desesperaram em choro. Os comerciantes fecharam imediatamente os comércios. Os comerciantes se armaram com espingardas e, deram ordem para funcionários e alguns fregueses, que ficaram presos dentro dos comércios fechados, tomaram as espingardas penduradas como mercadorias para vender nas prateleiras. Cartuxos, chumbos e pólvoras que estavam à venda como mercadorias foram retiradas das prateleiras. Tudo parecia como um filme de terror. O pavor tomou conta de todo mundo.
Centenas de cidadãos entraram em oração diante das imagens, quadros e oratórios de santos pedindo proteção para não morrerem sob os ataques dos indígenas. As crianças e adolescentes receberam ordem para parar de chorar senão os indígenas podiam ouvir a voz deles, entrarem nas casas e matarem todo mundo.
No lugar onde hoje existe a Casa São Geraldo e a casa ao lado da falecida Terezinha Furtado, no mesmo terreno, estava uma casa, no estilo colonial, onde era a residência oficial e comércio de Sérgio Rascón Martínez. No primeiro andar funciona a empresa “Seguin & Rascón” uma sociedade comercial de Francisco Seguin Dias e Sérgio Rascón Martínez. Sérgio era o sócio presidente da firma. Ali era um armazém. Atrás da casa, estava parte do armazém onde estava os combustíveis e depósitos de mercadoria, a porte que fica na frente do antigo mercado municipal. No segundo andar da casa, funcionava a residência de Sérgio, ou seja, ele morava encima do comércio. Quando Sérgio Rascón Martínez foi avisado da aproximação dos indígenas, deu ordem para sua s esposa Custódia de Freitas Nogueira subir com as crianças e se trancarem na parte de cima da casa. Custódia subiu com as crianças, e trancada, olhava pelo buraco de cima da casa a chegada dos índios.
Sérgio não fechou o comércio, não se armou e não se refugiou. Foi o único na cidade que não fechou o comércio, mas esperou pelos indígenas.
Enfim, os indígenas marcharam sobre a cidade, não encontrando ninguém. Marcharam na rua da orla da cidade, onde estava concentrado o comércio primitivo da cidade, na parte compreendida entre o atual Branco do Brasil e a casa do casal Ana e Pedro Kleber. Tudo estava fechado, ninguém na rua. O único barulho era do andar e movimento dos indígenas. Os cidadãos olhavam pelos buracos e brechas das casas, portas e janelas os indígenas passarem nas ruas. Era um alivio quando a tribo passava, pois não entraram sem suas casas.
 Os indígenas atravessaram a frente da Praça 13 de Maio, que depois mudou de nome para Praça Nossa Senhora da Conceição. E viram um homem de pé na porta de seu comércio esperando por eles. Os indígenas viram que aquilo era um comércio aberto, e marcharam rumo ao homem que estava de pé esperando por eles na porta do comércio. Este homem era Sérgio Rascón Martínez.
Os indígenas pararam na frente do homem de pé na porta. Sérgio saudou os indígenas com boas vindas ao seu comércio, perguntou o que eles queriam e como podia ajudá-lo. Custódia, esposa de Sérgio via tudo pelo buraco de cima da casa, espionando e ouvindo tudo. Diante de Sérgio, os indígenas baixaram uma grande quantidade de caças silvestres, onde havia grande quantidade de jacaré e jabuti, muitas outras caças, raízes, milho, arroz e verduras.
Embora falando um português difícil, enrolado e errado, ele entendeu quando o cacique que liderava a tribo disse ao seu esposo Sérgio: “Viemos fazer compra, queremos comprar mercadoria, mas não temos dinheiro para comprar. Queremos trocar essas caças e os frutos da terra com as mercadorias do seu comercio. O senhor pode trocar suas mercadorias com nossas caças?”
Sérgio então deu ordem aos indígenas para entrarem no comércio, deixaram e abaixarem suas caças dentro do comércio, e “pegarem” tudo o que eles quisessem de mercadoria dentro do comércio. Assim fizeram os indígenas.
Sérgio foi surpreendido pela atitude dos indígenas, pois pensava que os indígenas levariam como mercadoria, as armas para caçar, enxadas, machados, faças facões, remédios e alimentos diversos. Os indígenas levaram as garrafas de cachaça, vinho e outras bebidas, levaram muitas bebidas. O foco deles estava na cachaça. Eles não tinham noção de quanto valia suas caças e de quantos valia as bebidas levadas por eles. Pegaram a mercadoria, deixaram as caças no comércio e foram embora.
Pelos buracos e brechas das casas, portas e janelas os cidadãos viam os indígenas voltando e se retirando da cidade.
Depois disso, os cidadãos foram saindo aos poucos de suas casas e comércios, a fim de buscar notícias do que aconteceu de fato na cidade, para onde foram os indígenas, o que fizeram, quem mataram e quem morreu. Quando souberam de toda a verdade, viram que os indígenas penas queriam fazer compra na cidade.
Sérgio era vegetariano. Não comia caça e vários tipos de comida. Sua esposa Custódia fazia diariamente dois tipos de comida, uma para o marido e outra para elas e as crianças. A comida para o marido era vegetariana, e ele gostava de abóbora. Ela achava que as crianças adoeceriam se comessem só comida vegetariana.
Tudo o que os indígenas levaram para trocar com mercadoria foi colocado à venda no comércio. Sérgio vendeu tudo o que os indígenas levaram e ainda saiu no lucro.
Os indígenas Anambés voltaram mais três vezes em Mocajuba, indo diretos ao comércio de Sérgio, já como fregueses, levar suas caças e produtos da terra, a fim de trocar com mercadorias.
Nas outras vezes que foram a Mocajuba, os outros comerciantes convidavam os indígenas para entrarem em seus comércios, porque seus produtos eram lucrativos, pois os indígenas não levavam coisas caras. Mas, os indígenas ficaram magoados e ressentidos com os comerciantes de Mocajuba, dobrando o rosto para frente, passando direto, indo embora para o comércio de Sérgio.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Genealogia Técnica das Famílias Rascón, Martínez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso

  GENEALOGIA DAS FAMÍLIAS REUNIDAS: RASCÓN, MARTÍNEZ, FREITAS, PEREIRA, BRITO, CASTRO, COLARES E CARDOSO Esta é a verdadeira organização, ...