“Da Rua 8 de Maio, nós fomos morar na Travessa Itaboraí (Icoaraci), próximo da 1ª rua, lá ele trabalhou como pintor no conjunto da COHAB. De lá, voltamos para Belém; moramos no bairro da Marambaia, não demoramos muito por lá e, voltamos para Icoaraci, (morando na) Rua Ponta Fora. E (papai) continuou com venda de tecidos. Depois fomos morar na Passagem das Flores (Icoaraci), onde colocou um pequeno comércio. Foi no tempo em que a tia Maria com a família foram morar conosco, pois eles tinham perdido um filho em Oeiras do Pará de nome Basílio (Basilinho), não lembro por quanto tempo, mas acredito que foi por um mês, logo se mudaram para outra rua também em Icoaraci.
Da Passagem das Flores, nos mudamos para Passagem Sol Nascente, bairro da Agulha, já essa casa era nossa, as outras eram todas alugadas. Neste lugar, o papai continuou com um pequeno comércio (bodega), aí começou a dar para trás as coisas lá, foi quando ele conseguiu um emprego como fiscal na empresa de transportes Aero Clube, em Belém. (Nota: A extinta empresa de transportes “Aeroclube" refere-se à antiga empresa de ônibus Transportes Aero Club, que operou por muitos anos na cidade de Belém e em Ananindeua). Lá fomos para Belém, moramos na Passagem Alegre, bairro da Pedreira, de lá ficava próximo a casa da tia Sofia. Logo depois nós nos mudamos para Rua 28 de Setembro e, foi neste período que ele conheceu um parente meio distante, chamado de Jurumim. Este parente convidou o papai a ir para Bagre, trabalhar com ele. Neste tempo eu era cobrador de ônibus no Aero Clube.”
Em Outro texto do Albino: “Jurumim, era um tio dele, não sei o grau de parentesco, de Igarapé Miri, foi para Bagre, lá colocou um comércio e trabalhava com madeira, vendia para (a empresa) Madernorte.... Eu trabalhei com ele, ‘entre aspas’, trabalhava e não recebia nada, foi um tempo bem difícil para mim e para mamãe e meus irmãos.... Quando ele foi para Bagre, nós morávamos na Rua 28 de Setembro, em Belém. Ele foi com o tio Jurumim, trabalhar para Bagre.”
“Ele vendia madeira, mas não em Breves, e sim para Abaetetuba.”
(Nota: “A empresa com a razão social Madenorte S/a Laminados e Compensados, opera com o CNPJ 04.371.548/0001-07 (04371548000107) e foi fundada em 30/09/1982. O endereço de sua sede está localizado na Porto Esquerdo do Rio Parauau, Breves - PA, 68.800-000. Sua atividade principal é de Fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada, de acordo com o código CNAE C-1621-8/00.”).
“O papai pediu para eu ficar dando o apoio financeiro para nossa família enquanto ele ia para Bagre. Acontece que, no primeiro mês ele voltou e levou dinheiro, depois ele não voltou e nem deu mais notícias. Eu tive que ir atrás dele. Chegando lá, a tia Maria tinha se mudado para Bagre. Deram-me a notícia que ele já tinha outra mulher (a segunda esposa, a Maria José). Eu voltei para Belém, contei para mamãe, ela foi atrás dele, e chegando em Bagre, alugou um barco e foi para o Rio Jacundá atrás dele (na localidade Terezinha no Rio Jacundá). Ele já sabendo, arrumou uma casa (tapirí), onde ela ficou hospedada. (Tapirí, é uma palhoça, choupana construída para abrigar provisoriamente seringueiros, lavradores, etc.). Essa história é longa, a gente se perdeu no alto Jacundá, e atentamos onças... etc.... Daria para fazer um livro!
Foi aí que ele ficou com a dona Maria (Maria José, a segunda esposa do Teodomiro), que é mãe da Zenaide, Elizeu, Elias e Eliane. (Faltou ele mencionar a Jaid).
Já a tia Maria, como mencionei, foram de Oeiras do Pará para Icoaraci, devido a morte do Basilinho, consequência de mordida de morcego. De Icoaraci, foram para Belém, moraram um bom tempo por lá. A tia Isaura, já morava em Bagre, há muitos anos, antes de nós irmos para Belém. Só muitos anos depois é que a tia Maria foi para Bagre.
É uma história muito longa.”
Nautilho informando o Albino: “A Guiomar sempre morou na Travessa Apinagés (bairro Condor), foi o esposo dela que comprou o terreno depois do casamento dela.
“Eu lembro da Guiomar, nós moramos perto. Um filho dela morreu ainda pequeno, nós estávamos morando em Icoaraci quando isso aconteceu.” (Nota: Não foi um filho homem, mas uma menina criança chamada Katia).
“Em Oeiras do Pará: O papai trabalhou na prefeitura, na gestão do Rui Costa, se não me engano, essa época eu sei porque ele contava... (Em Oeiras do Pará trabalhou como funcionário público da prefeitura, na secretaria de saúde).
Já de onde eu lembro: Nós morávamos em Oeiras do Pará, no lado onde morava a tia Maria, ficava bem perto da praia, lá ele tinha uma taberninha (pequena taberna). Depois nos fomos morar no Rio Urubuena, lá tinha um comércio grande, chamado de Conceição, pois foi do meu padrinho Nelsinho, esposo da minha tia Jandira, irmã da mamãe.... Lá ele colocou um comércio e ficou muito bem. Porém, não sei o que acontecia com ele que não parava, e mudou-se para outro rio central no município de Oeiras do Pará. Eu lembro que lá, nós passamos por apertos (dificuldades financeiras), daí voltamos para cidade de Oeiras e logo após, viemos para Belém...”
(Uma taberna, taverna, locanda, tasco ou tasca é um local onde se vende vinho a varejo (neste caso, também é chamada de baiuca ou bodega), ou então é um restaurante simples. Mas em muitos lugares do norte brasileiro, taberna ganhou sentido de um pequeno comércio sortido, onde tudo se vendia).
Albino não lembra do tempo em que Iracema morou por pouco tempo em Icoaraci e trabalhou na fábrica de tecelagem: “Pedro Carneiro, era uma fábrica de tecelagem, fabricava sacos de fibra.... Não estou lembrando da Iracema.”
Albino confirmou que seu pai Teodomiro (Dodó), trabalhou como regatão: “O caso do regatão, ele só veio trabalhar já aqui para Bagre. Em Oeiras do Pará não lembro, mas até onde eu sei, não trabalhou de regatão não. E também aqui em Bagre, ele não trabalhou na prefeitura.” De fato, Teodomiro trabalhou como regatão viajando pelos rios amazônicos, confirmado por ele ao seu sobrinho Nautilho e confirmado pela sua irmã Isaura, que relatou parte da história familiar ao mesmo Nautilho.
Algumas informações sobre os filhos de Teodomiro: Alcino, filho de Teodomiro, foi vereador na cidade de Portel, onde era comerciante, na gestão de 1997 a 2000. Em 2002, quando visitei a família em Bagre, Albino trabalhava com eletrônica em sua casa, seu filho Charles Glendel trabalhava e morava com ele. Alvino morava em Anajás. Jó morava em Breves e Marlene morava em Oeiras do Pará.
Em agosto de 1995, na casa da Sophia, Teodomiro listou para o seu sobrinho Nautilho, os nomes dos filhos das duas famílias fundadas por ele, em prol desta história familiar e da genealogia.
Segundo a Isaura, sua mãe Custódia de Freitas Nogueira faleceu quando a sua filha Irlanda Maria Rodrigues Braga tinha dois anos de idade. Irlanda, filha da Isaura, nasceu em 09/11/1952. Custódia, morreu em 1954?. Nilton Sérgio Brito Rascon, filho do Nereu Rascon de Freitas nasceu em 26/11/1957.
Albino conheceu seu avô Elpídio, conforme ele disse: “O vovô Elpídio, conheci sim, gente muito boa. Ele veio para Bagre e faleceu em Belém. Eu não estou bem lembrado quantos anos eu tinha, mas devia ser uns 19 anos mais ou menos. Nasci em 02/08/1958.” Elpídio morreu em 1977?
Júlia Oliveira de Freitas, a primeira esposa do Teodomiro, nasceu 09/06/1923, morava no Conjunto Tapajós, em Belém; faleceu em 14/06/2011. Teodomiro faleceu em 29/04/2010. Maria José Gonsalves, a segunda esposa do Teodomiro, estava viva, morando em Bagre, até o ano de 1977?.
- 2. Isaura Cardoso Rodrigues. Nascimento: 14/09/1933. Falecimento: 03/08/2016.
Bendito Batista Rodrigues, esposo de Isaura, é natural de Cametá. O que a falecida Isaura falava que, em 1940, Bagre pertencia ao município de Oeiras do Pará, e que o dito município se chamava Araticu, é verdade: “Pelo Decreto Lei nº 3.131, de 31 de outubro de 1938, o Município de Portel perde para Oeiras o distrito de Bagre. Em face do disposto no Decreto Lei nº 4.505, de 30 de novembro de 1943, o Município de Oeiras e o distrito de Bagre passaram a denominar-se Araticu, constituído de dois distritos Araticu e Bagre, Bagre, até 1961, pertencia ao município de Araticu, hoje Oeiras do Pará. A Lei nº 2.460, de 29 de dezembro de 1961, lhe restituiu a autonomia municipal” - Fonte: Wikipédia. Benedito era soldado policial em Belém, e como soldado foi destacado para Bagre, e logo depois para Oeiras do Pará, onde serviu durante nove anos como militar, e onde conheceu Isaura. Benedito e Isaura casaram em 1950. Em 1950, Benedito renunciou a farda dando baixa ao serviço militar. O Sr. Oséias Magalhães o chamou a trabalhar em comércio na “boca do rio Arioca” – conforme a expressão de Isaura, em 1953, onde nasceu a filha Irlanda, e onde morou com Isaura a cerca de dois anos. Foram morar à margem do rio Urubuena (Oeiras do Pará) onde acabou o comércio. Benedito agora vivia do trabalho de madeira e de regatão. Depois foram morar Oeiras do Pará, sem o comércio, onde Benedito foi vereador, no município de Araticu. Bendito foi destacado como delegado de polícia militar para Bagre em 1964; foi delegado durante dois anos, e três anos como promotor. Naquele tempo, por causa da carência em muitos lugares distantes no Brasil, delegados e promotores eram nomeados sem formação alguma, sem competência e sem experiência na área do trabalho, mas era preciso nomear. Benedito fundou um comércio em Bagre que durou que perdurou até a gestão do presidente do Brasil, José Sarney (1985 – 1990). Dos filhos de Isaura: Iolanda e Irlanda nasceram em Oeiras do Pará e ali foram registrados; os demais nasceram em Oeiras do Pará, mas foram registrados em Bagre.
Quando Benedito fechou seu comércio em Bagre, na gestão do presidente Sarney, logo depois sua filha Irlanda ergueu um comércio no lugar do comércio falido do pai, e entregou o comércio nas mãos de sua irmã Yeda, enquanto partiu para trabalhar na política na cidade de Melgaço, e foi vereadora naquela cidade nas gestões de 1997-200 e 2001-2004. Acometida por câncer, em julho de 2002 fez cirurgia de câncer no braço esquerdo. Irlanda teve três esposos: Waldir, Ronaldo Braga e Ronaldo Rangel, e foi abandonada pelos ditos. Com o primeiro esposo gerou uma filha, Rosilene Rodrigues Braga, nascida com síndrome de autismo, de boa aparência, a dita era quieta, silenciosa, pouco falava e parecia ter alguma dificuldade para falar, contudo, ajudava nos serviços de casa e bordava. Não foi reconhecida como filha pelo pai. O segundo esposo de Irlanda, Ronaldo Braga, adotou a Rosilene, filha da Irlanda, como sua filha adotiva. Irlanda tinha duas residências, uma em Belém e outra em Melgaço. Irlanda tinha um apartamento num edifício na Rua do Óbidos, Cidade Velha, Belém, onde eu visitava a Tia Isaura, todas as vezes que ela estava em Belém. Irlanda tinha muitas fotografias de sua vida, família e viagens nacionais e internacionais. Quando Irlanda morreu, Isaura e seu filho César tomaram custódia de sua filha Rosilene e do seu apartamento.
Os filhos e netos de Isaura, Maria e Teodomiro (Dodó) foram dedicados à política partidária militante, e vários deles foram vereadores em cidades da Ilha do Marajó, eleitos pela força protestante. César, filho de Isaura, foi vereador em Bagre. Eles seguiram o protestantismo. Isaura e Maria tornaram-se protestantes levaram seus filhos, netos e bisnetos ao protestantismo. Teodomiro não seguiu o protestantismo, mas seguiram suas duas esposas, com os filhos, netos e bisnetos.
Quando eu visitei a cidade de Bagre em 2002, Isaura trabalhava vendendo roupas em sua loja “Spog pinxinxa”. Seu esposo fazia pequena venda comercial. Seu filho Nilvando trabalhava vendendo gás e óleo diesel no porto de Bagre. Seu filho César tinha seu próprio comércio “Bazar Beira Rio” no porto de Bagre. Silem, neto de Isaura, filho do Elpídio Antônio, trabalhava com o César no comércio. Seu filho Carlos trabalhava na unidade de saúde em Bagre. Yeda e seu esposo Alan tinham um pequeno supermercado. Seu filho Nirlando era diretor do Departamento de Terra. Elpídio Antônio, sua esposa maria do Socorro e sua filha Priscila moravam em Ananindeua, no Conjunto PAAR, Alameda Irituia, Quadra 101, onde eu fazia visitas a eles. A Iracema, filha da Alta, morava perto dele. Sua filha Iolanda, seu esposo, filhos e netos moravam no mesmo quarteirão da casa do Elpídio Antônio, em Ananindeua, Conjunto PAAR, Alameda Irituia, Quadra 101, Número 31, mas vendeu a casa mudando-se para o seu apartamento no Conjunto Maguari. A família de Yeda e Carlos, e também o Silem, filho do Elpídio Antônio, moravam no casarão da Isaura em Bagre. Seus filhos César, Nirlando, Nilvando e Paulo tinham casa própria em Bagre.
A visita de Isaura a Mocajuba
Sophia e sua filha Nilze de Freitas Colares, os irmãos Isaura, Maria, Teodomiro e as irmãs Iracema, Eunice e Guiomar mantinham contatos em Belém. Nereu era o mais afastado por morar em Mocajuba. A Nilze me levava na casa de Iracema quando esta morava na Cidade Nova 6, bairro Coqueiro, Ananindeua. Depois eu visitava sozinho a Iracema antes de sua mudança do dito endereço. Iracema visitava a casa de Maria em Belém, e algumas vezes eu estava na visita. Eu visitava os irmãos Antônio e Iolanda, e geralmente encontrava vários primos em suas casas.
Depois da morte de sua mãe Custódia, os irmãos Isaura, Maria e Teodomiro foram morar para Bagre. Isaura era a que mais procura se atualizar com as notícias de seu irmão Nereu em Mocajuba. Ela também perguntava sobre seu irmão Nereu às pessoas de Mocajuba quando estas passavam por Bagre.
No bairro do PAAR, em Ananindeua, Irlanda, filha da Isaura, comprou um terreno para seus pais. Quando Isaura vinha de Bagre para Belém, também se atualizava nas notícias de seu irmão Nereu em Mocajuba. Nilvando, filho de Isaura, e Maria, irmã de Isaura, também procuravam por notícias sobre a família em Mocajuba. Quando Isaura soube que o Nilton, filho do Nereu e Maria Marta trabalhava na prefeitura de Mocajuba, conseguiu o número do telefone da dita prefeitura e telefonou várias vezes para o Nilton, quando ainda não havia telefone móvel em Mocajuba. Isaura também conseguiu o número do telefone da secretaria de educação de Mocajuba, para falar com seu sobrinho Nei, filho do Nereu, que trabalhava na instituição. Maria Olinda e sua mãe Maria Rosa também telefonaram para Isaura em Bagre.
Isaura apressa sua viagem e Mocajuba para rever o irmão Nereu e conhecer os demais familiares desconhecidos por ela, Isaura, Maria e a Iolanda, filha da Isaura, telefonam para a Benedita (Benta), irmã da Maria Olinda, esposa do Nei, e para mim em Belém. Nei, Maria Olinda e sua mãe Maria Rosa telefonam para Isaura e Maria. Da casa de Maria em Belém, a Iolanda telefonou para mim, a fim de eu ir para a dita casa, onde estava Isaura, a tratar da viagem de Isaura a Mocajuba. Isaura disse a mim que, sua mãe sofreu muito a perda do filho quando este se afastou dela indo morar com o pai, e morreu sem ver o dito. O seu encontro de com seu irmão Nereu em Mocajuba, não era simplesmente rever o irmão, mas era também um ato de sentimento e memória à sua mãe Custódia: ela estava representando a sua mãe Custódia que ia ao encontro de seu filho Nereu, e o reencontrava outra vez, pois morreu sem reencontrá-lo, pois, quando Nereu foi à Oeiras do Pará para rever a mãe, esta já estava morta; ela queria ir a Mocajuba para realizar o desejo de sua mãe em reencontrar o filho.
Naquele tempo, em Mocajuba, Nereu muito frequentava a Casa de Maria Rosa, mãe de Maria Olinda, esposa do Nei. Maria Olinda esforçava para Nereu passar do dia na casa e dormir ali, passar o fim de semana com eles, e festejava o aniversário de Nereu com toda a família. Era uma família que muito agradava o Nereu. Por tal motivo, Maria Rosa, mãe da Olinda, intercedeu para Isaura se hospedar em sua casa, para ficar mais próxima de Nereu, e deixar os dois irmãos sempre juntos e a sós para conversar à vontade. A intenção de Maria Rosa era convencer Nereu a permanecer na cidade durante toda a estadia de Isaura em Mocajuba, não indo para o Sítio Olaria. Nereu não gostava de pernoitar na cidade, ele não gostava de ficar na cidade, então era preciso de uma força maior para convencê-lo a ficar por causa da presença de sua irmã Isaura. Maria Olinda e sua mãe Maria Rosa conseguiam fazer o Nereu dormir na cidade.
Na noite do dia 19 de abril de 2002, Isaura, Priscila – filha de Antônio e neta de Isaura, e eu, partimos de Belém para Mocajuba no barco “Rodrigues Alves”, chegando a Mocajuba na manhã ensolarada de 20/04/2002. No barco, ainda no meio do rio, eu mostrava para Isaura a “Casa São Geraldo” erguida no lugar da casa de Sérgio, onde sua mãe Custódia viveu em união estável com ele, durante 12 anos. No trapiche esperava por Isaura o seu irmão Nereu, Nilva, outros familiares, e algumas irmãs de Maria Olinda. Do barco eu apontei para Isaura o seu irmão Nereu que estava de pé no trapiche ao lado da Nilva que sorria. Isaura, com sorriso de felicidade, comparava seu irmão Nereu igual ao seu outro irmão Teodomiro (“Dodó”). Descemos do barco e Isaura abraçou Nereu com emoção, e depois os outros parentes e ela apresentados, entre cumprimentos e beijos. Foi a união do passado com o presente. Do trapiche seguimos para a casa da Maria Rosa, onde Priscila e eu também fomos hospedados, e onde Isaura recebia visita de parentes. Houve um almoço com os familiares que puderam ir. A tarde saímos de carro em visita a parentes voltando a noite para a casa de Maria Rosa. Isaura sempre estava a contar a história da família, mencionando mais o fato do incêndio, da separação do casal Sérgio e Custódia, o rapto de Tereza e a vinda de Nereu para Mocajuba.
No dia em que Isaura chegou a Mocajuba, Nereu preferiu dormir na casa da Nilva. Na manhã do dia seguinte, 21/04/2002, Nereu, Isaura, Priscila, Nei, Maria Olinda, Paulo e Neiliane – filhos do Nei, Nilda – filha da Nilva, Genilce – filha do Nilson e eu fomos para o Sítio Olaria, onde almoçamos churrasco de frango. Após o almoço, a família se reuniu ao redor de Isaura e Nereu para ouvir os fatos históricos da família, onde tudo foi esclarecido à Isaura. Isaura se emocionou e chorou ao lembra de sua mãe Custódia quando foi buscar Tereza na casa de Francisco Seguin Dias, levando-a de volta consigo. Ela se sentiu no lugar de sua mãe, representando-a em visita a Nereu no lugar onde ele morava. Isaura viu o lugar do Sítio Petrópolis onde Custódia foi buscar Tereza. No dia 22/04/2002, segunda-feira, às 15 h, Isaura, Priscila e eu partimos de Mocajuba para Belém, no barco “Jubileu”, chegando a Belém no fim da madrugada do dia 23/04/2002, terça-feira. Em Belém, Nei, Francisco (Chiquinho, irmão da Olinda) e eu vistamos a casa dos seguintes filhos da Isaura: Iolanda, Antônio e Irlanda, e visitamos a Maria, irmã da Isaura.
Nos últimos anos de vida de Nereu, nos meses e nos dias em que ele esteve em Belém e Ananindeua, para tratamento de saúde, houve visitas entre os irmãos Nereu, Maria e Isaura. Nereu chegou a visitar sua irmã Maria em sua casa.
Morreram Teodomiro (em Bagre), Nereu (em Mocajuba), Nilze Colares (filha da Sophia, em Belém), Benedito (esposo de Isaura, em Bagre), Basílio (esposo de Maria, em Belém), Isaura (em Bagre), Maria (a cega, em Belém, sepultada em Bagre). Maria José Gonsalves, a segunda esposa de Teodomiro, ainda viva em Bagre, até ao ano de 2025. Iracema, muito idosa, ainda viva em Ananindeua, até ao ano de 2025.
A viagem de Nautilho a Bagre.
Isaura queria levar um dos filhos de Nereu para conhecer os familiares em Bagre. Eu visitei Bagre, levado por Isaura. Saímos do apartamento da Irlanda e fomos para um porto tomar o barco. No dia 03/05/2002, sexta-feira, às 19 h, Isaura, Yeda – filha da Isaura, Alan – ex esposo da Yeda, Thaís e Thainá – filhas de Yeda e Alan, Simone – uma jovem afrodescendente babá de Thainá, e eu partimos de Belém para Bagre no barco “Cobra Sete”, chegando a Bagre na manhã de 04/05/2002, sábado. Eu já conhecia a região do Marajó até São Sebastião da Boavista, passando por Curralinho, em missões religiosas. Desta vez cheguei mais adiante, até Bagre, fazendo o mesmo percurso que meu pai Nereu fazia como regatão. Em Bagre, eu visitei as casas dos familiares, anotando os dados genealógicos e históricos da família. Nas tardes ensolaradas, Teodomiro (Dodó) ia tomar café comigo na casa de Isaura, e depois ele me levava nas casas dos parentes e amigos da família como visita. No dia 12/05/2002, domingo, a festa do dia das mães foi comemorada na casa de Isaura com um almoço de churrasco de frango. No dia 14/05/2002, terça-feira, eu parti de Bagre para Belém, no barco “Cobra Sete”, chegando a Belém na manhã de 15/05/2002, trazendo comigo uma carta de Isaura para Nereu, cuja foi enviada para Mocajuba. Dizia a carta:
“Bagre, 14.05.2002
Querido irmão Nereu.
É com muita satisfação que estou te escrevendo, mano, estou feliz por ter falado contigo pessoalmente, era meu desejo, agora estou feliz; mais feliz por ter conhecido meus queridos sobrinhos que são uma dádiva que Deus te deu esta família maravilhosa, o Nautilho com especialidade é uma pessoa de Deus, todos os parentes gostaram muito dele, para mim é um filho, por nós ele ficava morando conosco até o dia que ele quisesse, mas ele tem que ir. Nereu, não quero que páre por aí, esse entrosamento da família, eu vou ficar te esperando em julho, junto com o meu filho Nei, junto com esposa e filhos. Estou mandando abraço para Nilva, Nilson, Marta e os demais que não conheço, mas confio em nosso Deus que um dia ainda conhecerei todos, me recomenda para dona Maria Rosa e família, esta família maravilhosa que conheci, um abraço bem apertado na Linda (Maria Olinda).
Sem mais, com saudades
Tua irmã
Isaura Cardoso”.
- 3. Maria Freitas Cardoso. Nascimento: 31/05/1935, Igarapé Miri, Pará, Brasil. Falecimento: 24/02/2025, em Belém, sepultada em Bagre.
Elpídio, o segundo esposo de Custódia, viúvo, fundou outra família, gerou uma filha de nome Maria do seu segundo casamento, e morreu em Belém, sepultado no Cemitério Santa Isabel. Foi esta Maria, que cedeu para a sua meia irmã Maria – filha de Custódia e Elpídio – um pedaço do seu terreno em Belém, no bairro Terra Firme, para construir sua casa própria, na Avenida Cipriano Santos.
Quando Maria, filha de Custódia e Elpídio, saiu da cidade de Bagre para morar em Belém com seu esposo Basílio, as duas Marias irmãs, foram vizinhas por vários anos. Depois da morte do Basílio, esposo de Maria faleceu, Maria vendeu a casa para uma filha a fim de ajudá-la em Belém, indo morar na casa de sua filha Maria Anunciação Freitas da Costa, conhecida como “Nete”.
Maria Freitas Cardoso, nasceu em 31/05/1935, no município de Igarapé Miri, filha de Custódia de Freitas Nogueira e Elpídio. Na infância e adolescência seguiu os pais em todas as mudanças da família até a moradia na cidade de Oeiras do Pará. Aos 16 anos de idade, foi acometida com uma enfermidade nos olhos, sendo socorrida com remédios caseiros que não curtiram efeito medicinal em um lugar sem recurso clínico.
Os olhos inflamados de Maria se fecharam, permanecendo fechados por vários dias, e quando se abriram, ela já havia perdido grande parte da visão, ainda conseguindo ver as coisas, mas de longe. A cegueira foi aumentando paulatinamente. Ainda assim, casou com o jovem Basílio da Costa Cardoso, natural de Bagre, gerando filhos, netos e bisnetos. Aos 30 anos de idade, Maria ficou cega definitivamente, perdendo toda a visão. Maria ficou cega. Em olhos ficaram brancos.
Basílio da Costa Cardoso, esposo de Maria, filha de Custódia de Freitas Nogueira com Elpídio, nasceu em Bagre. Foi Comissário de política do prefeito José Leôncio, e depois foi delegado.
De Oeiras do Pará, Maria mudou-se com a família para Bagre, indo atrás de Isaura, no intuito de ficar sempre perto de sua irmã Isaura por ser cega. Em Bagre, teve uma sorveteria que foi vendida para o seu filho “Paulo Oli”. O dinheiro da venda foi usado para a construção da casa do casal Basílio e Maria em Belém.
Com a idade avançada, Maria foi morar de aluguel em Belém, onde comentou com sua meia irmã também chamada Maria, a filha do segundo casamento do seu pai Elpídio, o desejo de ter uma casa própria em Belém. Maria, sua meia irmã, fez doação de um pedaço do seu terreno próprio para Maria construir sua casa em Belém. A sorveteria foi vendida em Bagre e o dinheiro da venda foi aplicado a construção da casa em Belém, na Avenida Cipriano Santos, Nº 382, entre Rua Andiroba e Passagem Canaã, bairro Terra Firme. Até o dia da morte de Brasília, o casal tinha casa em Bagre e Belém. Maria passava alguns meses em Bagre e depois voltava para Belém. Seus netos ocupavam a casa como moradia para fim de estudo em Belém. A casa também servia de hospedaria aos parentes vindos de Bagre para Belém. Era uma casa muito feliz, alegre, familiar e acolhedora. Era onde eu ia visitar a tia Maria. Depois da morte de Basílio, a casa foi vendida para a sua filha Iraneide no intuito de ajudá-la a ter casa em Belém. E por causa da velhice e cegueira foi morar na casa de sua filha Maria Assunção Freitas Costa, conhecida como “Nete”. Na verdade, a “Nete” era quem cuidava dos pais desde muitos anos. Por causa da ocupação da casa pelos netos de Maria, em busca de estudo escolar e faculdade em Belém, “Nete” comprou sua casa própria perto dali, e levou sua mãe Maria para morar com ela. A filha menor de Maria era chamada pelo apelido de “Beneca”, nascida com Síndrome de Down, faleceu em 14/12/2015.
Irani da Costa Rosa (a “Jane”), foi vereadora em Bagre na gestão municipal de 1997 a 2000. Em 2002, quando visitei a família em Bagre, o Paulo Freitas da Costa, chamado de “Paulo Oli” tinha a sorveteria “KiDelicia”.
Maria, depois de viúva, foi levada pela sua filha “Nete” (Maria da Anunciação) para morar em sua casa, na Rua Jabatiteua, Belém, próximo à casa que pertenceu à Maria. Maria foi acometida pela Doença Alzhaimer, tendo momentos de lucidez, neste estado, no dia 01/06/2024, os 90 anos de idade de Maria foi comemorado no "Lyra Recepções", situado na Avenida Cipriano Santos, 1015, com almoço oferecido aos familiares e amigos, e com uma tarde alegre. Maria tinha o costume de dormir cedo da noite. Na noite de 24/02/2025, vendo que estava dormindo no seu quarto, no andar de cima da casa da “Nete” (Maria da Anunciação) onde ela morava, a porta do quarto foi fechada. Aproveitando o tempo em que ela dormia, a sua filha “Nete” e alguns netos da Maria que estavam na casa, foram jantar no primeiro andar. O jantar estava inda no início quando ouviram um barulho de uma queda na escada. Alguém caiu do segundo andar. Maria era cega, mas podia andar apalpando nas paredes, ela havia se acordado, seguiu rumo à porta do quatro, abriu a porta, saindo sozinha do quatro, andou na direção da escada e caiu do segundo andar abaixo, batendo a cabeça no portão de aço. Levada às presas para o hospital Saúde da Mulher, não resistiu, vindo a óbito no mesmo dia da queda. Depois do exame necropsia (autópsia), seu corpo foi removido para a uma Capela Individual da Sociedade União Goog - Pax, na Travessa Lomas Valentinas, número 1825, entre Avenida Duque de Caxias e Avenida Rômulo Maiorana, bairro Marco, onde foi velado, pernoitou. No dia seguinte, o corpo foi removido para um porto de Belém, com destino à cidade de Bagre. Seu sobrinho Nautilho, sozinho, acompanhou o corpo no carro fúnebre até o porto, onde foi colocado num barco. Nautilho seguiu para Bagre junto aos familiares. O barco passou a noite toda viajando. Corpo chegou a Bagre no dia 26/02/2025, ou seja, no terceiro dia depois da morte de Maria. Do barco, o corpo seguiu num carro fúnebre para um lindo complexo em vasto terreno, que servia para retiro e outros eventos religiosos da igreja protestante "Congregação Cristã no Brasil", de onde Maria era membro, onde ocorreu um culto fúnebre e homenagem. Depois o cortejo fúnebre seguiu para o cemitério onde foi sepultado sobre os restos mortais de seu esposo Basílio e de sua filha Emilene (a “Beneca”).
Parte da Genealogia sobre Custódia e Elpídio |
Custódia de Freitas Nogueira teve dois esposos: Sérgio Rascón Martínez, e Elpídio Cardoso Wanzeller. São os filhos da segunda união de Custódia, digo, os filhos de Custódia e Elpídio Cardoso Wanzeller, que geram a história da Família Cardoso junto à Família Rascón Martínez. Os meios irmãos de Nereu Rascón de Freitas, por parte de sua mãe Custódia, são a Família Cardoso por meio da mesma mãe, que é a matriarca das famílias: Rascón Martínez, Freitas e Cardoso e suas ramificações. |
Nome: Custódia de Freitas Nogueira, filha de Raimundo Nonato de Freitas e Matilde Nogueira de Freitas, primeira esposa de Sérgio Rascón Martínez. Viveu 12 anos como esposa de Sérgio por união estável. Mãe da Maria Auta, Sophia, Tereza, Nereu, Hélio Sérgio (Serginho), Leuci, Teodomiro (Dodó), Isaura, Maria, José Cardoso e Manuel Cardoso. Custódia nasceu no lugar Ararin, município de Cametá. |
Segundo Esposo, casados: |
Elpídio Cardoso Wanzeller. Dados:? |
Filhos com segundo esposo Elpídio: Todos os filhos de Custódia e Elpídio nasceram no município de Igarapé-Miri. |
- 1. Leuci Freitas Cardoso. Morreu jovem solteira com cerca de 20 anos de idade, sem gerar filhos. |
- 2. Teodomiro Cardoso de Freitas (o “Dodó”). Nascimento: 15/10/1930, no município de Igarapé Miri. Falecimento: 29/04/2010, sepultado em Bagre, Pará, Brasil. Casou, possui duas esposas em tempos distintos, construindo duas famílias distintas, e gerou filhos, netos e bisnetos, gerando uma grande descendência. Cidades onde morou: Igarapé Miri, Oeiras do Pará, Bagre, Belém. |
- 3. Isaura Cardoso Rodrigues (nome de casada). Nascimento: 14/09/1933, no município de Igarapé Miri. Falecimento: 03/08/2016, em Bagre, Pará, Brasil. Casou, gerou filhos, netos e bisnetos. Cidades onde morou: Igarapé Miri, Oeiras do Pará, Bagre, Belém. |
- 4. Maria Freitas Cardoso. Nascimento: 31/05/1935, no município de Igarapé Miri. Moradora em Belém. Casou, gerou filhos, netos e bisnetos. Falecimento: 24/02/2025, em Belém, sepultada em Bagre. Cidades onde morou: Igarapé Miri, Oeiras do Pará, Bagre, Belém. |
- 5. José Cardoso de Freitas. Morreu com 2 anos e 6 meses de idade. |
- 6. Manuel Cardoso de Freitas. Morreu recém-nascido. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário