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Neste blog, além de conter a História e Genealogia das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso, há também o Brasão da Família Rascón Martinez e o Brasão das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso, a Cronologia Familiar, a exposição das cidades espanholas de onde vieram os ancestrais da Família Rascón Martinez, fotografias dos patrimônios da família, lugares por onde a família construiu história e fontes documentais, como banco de dados para fim de pesquisa aos familiares. No Blog: Primeiro a apresentação da Cronologia Familiar, depois a apresentação da Colônia Ferreira Pena, município de Santa Isabel, Pará, Brasil, onde a Família Rascón Martinez se instalou. A seguir, a apresentação das cidades espanholas de onde vieram os ancestrais da Família Rascón Martinez. E por fim a História e Genealogia das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso, dividida em partes facilitando a leitura. A História e Genealogia das Famílias Rascón, Martinez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso começa na Parte 1. Para quem verá o blog pelo telemóvel (celular) tudo aparecerá limitado. Então rolar para baixo e ver no rodapé do blog o botão “Ver versão para web”. Clicar no botão e então aparecer no lado todas as abas com as partes. Também no mesmo rodapé aparecerá o botão “Página inicial”, com uma seta à direita e outra à esquerda, clicar nas setas e as partes aparecerão cada vez que a sete é acionada.

terça-feira, dezembro 05, 2023

Parte 31, 1952-1953 Declaração sobre o terreno do Sítio Olaria e outros documentos.

  

PARTE 31

 

1952

Declaração sobre o terreno do Sítio Olaria

DECLARO EU ABAIXO ASSINADO, residente no Rio Tauaré, município de Mocajuba, Segundo Distrito Judiciário de Cametá, no Estado do Pará – Brasil, que sou conhecedor do senhor Sergio Rascon Martinez, e das terras de Gregório Pereira Mendes. A divisa do lado de cima, está marcada por dois marcos: o marco do centro está colocado no lugar de um pau marcado, que servia de divisa deste marco. Segue uma linha reta para a frente do rio, e antes de chegar num ingazeiro, meio metro mais ou menos do lado de baixo de uma linha de cacaueiros está outro marco; deste marco segue em linha reta para o lado de baixo direto num pau que serve de divisa na beira da baixa; deste pau segue até no rego que serve de divisa dos dois terrenos, aonde o rego segue para o centro; a divisa segue sempre pela baixa até o marco que serve de divisa no lugar aonde existia um cacaueiro de dois troncos; deste marco segue até num assacuseiro marcado que fica ao pé de uma ucuubeira; desta ucuubeira desce até um marco que fica ao pé de uma embaúbeira marcada que fica na beira do rego. Aqui o rego segue para fora servindo de divisa e desembocando no rio do lado de baixo de um marco que está junto a uma árvore de Fruta-Pão (árvore-do-pão, Artocarpus altilis). E por ser verdade, assino a presente declaração: podendo tanto o senhor Sérgio Rascon Martinez, como os herdeiros do falecido Gregório Pereira Mendes, fazerem dela o uso que bem lhes convier.
Tauaré, 30 de outubro de 1952.
João Pereira da Igreja
Tabelião.
Reconheço verdadeiras as assinaturas
Mocajuba, 31 de outubro de 1952
Em testemunho J.P.I. (João Pereira da Igreja) da verdade
João Pereira da Igreja
Tabelião.”

 

DECLARAMOS NÓS ABAIXO ASSINADOS, residentes no Rio Tauaré, município de Mocajuba, Segundo Distrito Judiciário de Cametá, no Estado do Pará – Brasil, que somos conhecedores das divisas dos terrenos de propriedade do senhor Sergio Rascon Martinez, e dos herdeiros de Gregório Pereira Mendes. A divisa do lado de cima, está marcada por dois marcos: o marco do centro está colocado no lugar de um pau marcado, que servia de divisa. Deste marco segue em linha reta para a frente do rio, antes de chegar num ingazeiro, meio metro mais ou menos do lado de baixo de uma linha de cacaueiros está outro marco; deste marco segue em linha reta para o lado de baixo direto num pau que serve de divisa na beira da baixa; deste pau segue até no rego que serve de divisa dos dois terrenos, aonde o rego segue para o centro; a divisa segue sempre pela baixa até o marco que serve de divisa no lugar aonde existia um cacaueiro de dois troncos; deste marco segue até num assacuseiro marcado que fica ao pé de uma ucuubeira; desta ucuubeira desce até um marco que fica ao pé de uma embaúbeira marcada que fica na beira do rego. Aqui o rego segue para fora servindo de divisa e desembocando no rio do lado de baixo de um marco que está junto a uma árvore de Fruta-Pão. E por ser verdade, assino a presente declaração: podendo tanto o senhor Sérgio Rascon Martinez, como os herdeiros do falecido Gregório Pereira Mendes, fazerem dela o uso que bem lhes convier.
Tauaré, 30 de outubro de 1952.
João Pereira Costa
Virgílio Leão Lopes
(Satyrio Lopes)
Raimundo Correa
Reconheço verdadeiras as assinaturas
Mocajuba, 30 de outubro de 1952
Em testemunho J.P.I. (João Pereira da Igreja) da verdade
João Pereira da Igreja
Tabelião.

 

Bilhete sem assinatura
5/11/(19)52
Vai a Escritura para registrar e pagar transmissão. (Imposto territorial está pago).
Uma Declaração com 5 firmas (assinaturas) para registrar se não for muito caro, e se for caro, só registrar as firmas.
Vai uma Declaração com uma firma. Só reconhecer a firma (assinatura).
Correio Cr$ 50,00
Falar com o gerente do Correio que quando houver correspondência avisar para mandar buscar, mas que não mande por estranhos para não extraviar”.



Diversos Impostos
Coletoria Estadual de Mocajuba
Exercício de 1952 Nº 15
Impostos

Impo. Trans.enter.vivos CR$ (deve significar isso: Imposto Transferido em dinheiro vivo)
Sobre CR$ 200,00
Sobre 8/5 ..................................................................................... 17,00.
                                                                                           Soma ........ CR$ 17,00.
À fol. 15 do livro de RECEITA DO ESTADO da Coletoria Estadual de Mocajuba fica debitado o Coletor Pedro Otoni Pereira Franco, na quantia de dezessete cruzeiros recebido de Sérgio Rascón Martinez, proveniente de Imp. Trans. Entr.vivos sobre um terreno que comprou de Corinta Farias da Igreja, possuindo cacaueiros e mais árvores de utilidades, na Ilha Rufino, no Rio Tauaré deste município de Mocajuba, 2º Distrito da Comarca de Cametá, no Estado do Pará.
E de como o dito Coletor recebeu a referida quantia, assinou comigo este conhecimento.
Coletoria Estadual de Mocajuba, 31 de Dezembro de 1952
O Coletor                      O Escrivão
Pedro Otoni     ......................................



Sérgio, Nereu e a maçonaria.

Os senhores empresários da amizade de Sérgio Rascón Martínez eram maçons em Belém. O Francisco Seguin Dias era maçon. Sérgio sempre conviveu com a maçonaria desde sua juventude. Quando Sérgio apresenta seu filho Nereu aos maçons, indica que eles eram os comerciantes empresariais, donos de armazéns e grandes comércios em Belém, onde Nereu devia adquirir as mercadorias como regatão.
Sérgio era curioso pelas ciências, e mais intensamente pela astrofísica, astronomia, história antiga, história dos povos, cultura, filosofia, romance, livros de contos, química, física, geologia e geografia. Ele passou a vida acompanhado os eclipses solares, as fazes da lua e os fenômenos da natureza. Ele comprava livros sobre tais assuntos. Ele dominava um pouco de tudo, porque lia tudo, e falava como “um cientista” – expressão de alguns. Ele repassava o conhecimento conversando com as pessoas. Ele tinha até o livro Les Prophéties, de Michel de Nostredame (geralmente latinizado como Nostradamus). Contudo, ele não se contentava só com isso, queria buscar mais conhecimento. Devido sua curiosidade pela astrofísica e astronomia, os maçons indicaram a ele o livro “Almanaque do Pensamento” que é um almanaque popular brasileiro, para ele acompanhar o calendário das fases da lua e dos eclipses pelo livro. (Almanaque do Pensamento - “O periódico é editado anualmente desde 1912. O conteúdo deste almanaque geralmente é sobre: horóscopo, literaturas, guia astral, previsões astrológicas, horóscopo chinês, efemérides, os santos do dia, receitas culinárias vegetarianas, previsões segundo a numerologia, cotidiano, previsão do tempo, agricultura e pecuária”. Fonte: Wikipédia). Todos os anos ele comprava este livro para acompanhar os fenômenos naturais.
Ele leu um desse livros de curiosidades antigas, sobre a sociedade secreta Rosa Cruz, onde falava que sociedade guardava saberia antiga do Egito, que repassava aos membros da instituição. Ele, por curiosidade, preencheu o boleto de inscrição no livro, cortou o boleto, escreveu uma carta para a sede da sociedade em San José, California, E. U. A. conforme o endereço visto no livro, pedindo sua adesão. Ele de fato não sabia o que era a Rosa Cruz.
Nereu, nas lojas onde ele fazia compras em Belém, e os homens aos quais seu pai Sérgio lhe enviava em Belém, para transação comercial e financeira, eram maçons. Segundo Nereu, que disse a mim, alguns maçons já tinham bastante confiança nele, o deixando adentrar em lugares restritos de suas lojas e casas. Em alguns lugares restritos, aos fundos de lojas, Nereu viu escultura de bode, que pela descrição deve ser Baphomet venerado na maçonaria. Nereu viu empresário se dirigindo ao bode como em oração, pedindo prosperidade, e as vezes fazendo reverência e ajoelhando-se diante da escultura de bode. Nereu abominou aquilo, e entendeu o que era a maçonaria. Ele acreditava que aqueles homens ficaram ricos pedindo ajuda ao diabo. Papai Nereu me disse o nome das lojas indicando seus endereços, tais lojas já foram extintas bastante tempo. Nereu contou ao seu pai Sérgio tudo o que viu em Belém. Então, ambos resolveram se afastar de toda a contaminação com a maçonaria.

Baphomet, a possível entidade  maçônica vista por Nereu Rascon.

Chegou para Sérgio a carta da Rosa Cruz respondendo seu pedido, escrita em espanhol e traduzida por mim. Sérgio nunca mais respondeu, e nunca mais entrou em contato com a dita sociedade, e por sua vez, a Rosa Cruz nunca mais escreveu a ele.

(Cabeçalho timbrado da carta:)

AMORC
LA ORDEN ROSACRUZ
Conocida como “La Antigua y Mística Orden Rosae Crucis” em todo el mundo
Uma fraternidad no sectaria dedicada a la investigación y al estudio de los princípios elevados de la vida tal como se encuentran em el hombre y la naturaliza
Templo supremo internacional
Parque Rosacruz" San José, California, E. U. A.

(A resposta à Sérgio:)

"Abril 28 de 1953

Sr. Sérgio Rascon Martinez
Tauaré, Município de Mocajuba
Est. (estado) do Pará, Brasil.
Estimado senhor:
Ficamos muito satisfeitos em receber seu pedido de afiliação a esta Ordem e estamos satisfeitos por você ter tomado essa resolução que pode ser muito importante em sua vida.
Havemos posto sua boleta num arquivo especial, enquanto nos chega a remessa que nos anuncia.
Colocamos sua cédula em um arquivo especial enquanto recebemos seu anúncio.
Assim que recebermos a referida remessa, teremos o maior prazer em processar sua solicitação. Caso a sua remessa não chegue à nossa posse, entraremos em contacto consigo novamente após ter esperado seis semanas a partir da data que aparece nesta carta para que possa tomar as medidas que considerar adequadas.
Com os nossos melhores votos, estamos.
De você meu sinceramente,
ORDEN ROSACRUZ (AMORC)
L. Estrada
Departamento de registro
IMS:aa
NS-1-752”.

            Eu perguntei ao pai Nereu sobre a religião de Sérgio Rascón Martínez. Ele disse ser católico, devoto de Nossa Senhora do Carmo, e que quando morreu, seu corpo foi do Tauaré para a Igreja Matriz de Mocajuba, onde recebeu as exéquias, tendo um velório digno de cristão e um enterro cristão. Da igreja seu corpo foi para o cemitério.

Parte 30, Documentos avulsos sem datas.

  

PARTE 30

Os documentos avulsos sem datas, possivelmente são da década de 50 a 70 do Século XX.






Este deve ser da década de 70 do Século XX

Este é da década de 70 do Século XX
XXX

O rádio comprado por Nereu


          O rádio modelo PT - 76, comprado por Nereu Rascon de Freitas, no início da década d 60 do Século XX, durou até a década do ano 90. Na década de 60 do Século XX, nos lugares Tauaré e no Tauarezinho, só havia rádio na casa do Nereu, no Sítio Olaria, sendo uma fonte de notícias para toda a região. O aparelho foi se deteriorando e enferrujando por si mesmo a ponto de parar de funcionar. Nereu comprou um novo rádio moderno, movido a eletricidade e à pilha, servindo-se dele para ouvir notícias até o dia em que se mudou definitivamente do Tauaré para a cidade Mocajuba, onde veio a falecer.



Os fundos do rádio.
XXX



SAWYER'S VIEW MASTER
          Desde a década de 50 do Século XX até 2011, a família possuía o SAWYER'S VIEW MASTER - Antigo estereoscópio americano projetado para usar bobinas de visualização de imagem. Acompanha discos com imagens de cidades do mundo, em sua maioria americanas. Acondicionado em estojo de papelão original. O estereoscópio pertencia ao Sérgio Rascón Martínez, que ficou sob a guarda do seu filho Nereu Rascón de Freitas até o dia de sua morte.







XXX




Um catálogo de livros entre os documentos da família:






Declaração de bens

No dia 03/12/2023, eu encontrei três manuscritos incompletos, escritos por mim mesmo, possivelmente em 1993, cujo não lembrava de tê-los escritos e existir comigo entre os volumes dos documentos. Aconteceu no Sítio Olaria, quando o pai Nereu e eu estávamos a conversar sobre a história do passado da família, e ele ditou para mim escrever o que ainda restava de bens materiais na família, e ditou divisa do terreno do Sítio Olaria com os terrenos vizinhos. Eu fiz as duas anotações em papeis diferentes apenas como rascunho.
            Primeiro manuscrito:

Declaração de bens patrimoniais, pertencentes à Família Rascón, sob a tutela de Nereu Rascon de Freitas.
- 1. Propriedade “Castanheiro”, situado na Ilha Rufino, no Rio Tauaré.
- 2. Propriedade “Olaria”, situado na Ilha Rufino, no Rio Tauaré.
- 3. Propriedade da Fazenda Maria Marta.
- 4. Propriedade na Travessa João Ribeiro, nº 53, em Mocajuba.
- 5. Uma casa de madeira com dois pavimentos, na propriedade Olaria, na Ilha do Rufino, Tauaré.
- 6. Um barco motorizado de nome “Emaús”.
- 7. Um Motor Yamar 5.6 HP, Tipo B 8, Nº 804 E 7475, do barco motorizado.
- 8. Uma canoas e remos.
- 9. Um punhal de dois gumes, de aço.
- 10. Um resolver calibre 38.
- 11. Um rifle.
- 12. Um antigo relógio a corda de parede com molduras, marcador de hora.
- 13. Um relógio oriente de pulso.
- 14. Um binóculo
- 15. Um panelão com tampa, de alumínio, de 50 litros.
- 16. Uma panela de pressão, moinho, pilão, ferro de passar roupa.
- 17. Uma bateria com variadas vasilhas.
- 18. Um “traçador” ou “Serra dois lados” era chamado de “roladeira”.
- 19. Um pequeno fogão a gás, com duas bocas.
- 20. Um botijão de gás.
- 21. Uma mesa grande de acapu.
- 22. Bancos de acapu.
- 23. Uma rede de pescar, de náilon, “malhadeira”.
- 24. Um rádio elétrico e a pilha.
- 25. Uma âncora de ferro para barco.
- 26. Uma balança de grande porte, uma pequena balança, outras balanças e variedades de pesos de pesar na balança.
- 27. Ferramentas diversas, chaves de fendas, alicates, martelo, machado, foices, foice podão, facões, arpão azagaia.
- 28. Uma cadeira de deitar, flexível, de acapu.
- 28. Um crucifixo de parede.
- 30. Quadro do retrato de Sérgio Rascón Martinez. Quadro do retrato de Nereu e Maria Marta.
- 31. Documentos familiares.
- 32. Uma máquina de costura.
- 33. Uma máquina de datilografia.
Não fora mencionado os móveis, as muitas ferramentas, as muitas vasilhas guardadas e as de uso. Outras coisas não foram citadas. Havia uma grande mala baú - possivelmente vinda da Espanha, e outras malas de grande porte.

Segundo e terceiro manuscritos:
Divisão das propriedades territoriais com os terrenos vizinhos:

Terreno Castanheiro
Direita: Divisa com o terreno de Benedito Farias e Olandina Lopes Moraes.
Esquerda: Divisa com o terreno de José Elias Meireles de Souza.

Terreno Olaria
300 metros de frente.
400 metros de fundos.
Direita: Igarapé Olaria.
Esquerda: Divisa com o terreno de Benedito Farias Miranda.
Fundos: Divisa com o terreno de Cornélio Lopes Menezes. / Alfredo Valente de Leão.

Parte 29, 1949 Procuração outorgada a Sérgio e Nereu.

  

PARTE 29

1949

Procuração outorgada a Sérgio e Nereu

Procuração
Pela presente procuração, nomeio meus procuradores bastantes aos senhores Sérgio Rascón Martinez, e a seu filho Nereu Rascon de Freitas, para tomarem conta e administrar todos os meus bens que possuo na Ilha do Rufino, em Rio Tauaré, município de Mocajuba, Segundo Distrito Judiciário da Comarca de Cametá, no Estado do Pará, Brasil. Outorgando-lhes poderes para arrendar ou colherem o produto dos ditos bens de meio comigo, ou procederem como julgarem mais conveniente. A presente declaração é válida por tempo indeterminado e durante minha ausência. E, por ser verdade, assino na presente procuração, na presença também das testemunhas abaixo assinadas.
Tauaré, 11 de junho de 1949.
Corinta da Igreja Farias
Testemunhas: Jacinto Pereira Mendes.
                             Osmar ......? ...... Tavares”.


Parte 28, 1946-1947 Sérgio preso no Leprosário do Prata.

  

PARTE 28
 
1946 - 1947

"Cidade de Mocajuba, 2º Distrito Judiciário da Comarca de Cametá, Estado do Pará.
O Tabelião interino
João Procópio de Souza
(carimbo)
Registrado a 23 v. do Livro Nº 39, de notas deste cartório. Em 27 de maio de 1946.
O Tabelião interino
João Procópio de Souza."
xxx


Sérgio foi levado para o Leprosário do Prata

Em Belém, Sérgio procurou tratamento para a lepra, mas foi preso e levado pelos agentes de saúde do governo, para permanecer no Leprosário do Prata, na Colônia do Prata, no município de Igarapé Açu. O intuito do isolamento era impedir que ele contagiasse outras pessoas com a lepra. Entretanto, Sérgio foi liberado, por dois motivos: a lepra era de pouca proporção, e ele convenceu os agentes de saúde de sua moradia isolada na Ilha do Rufino, onde não receberia ninguém. Ele moraria de maneira bem isolada de todo mundo, sendo assistido pelo seu filho Nereu, e não teria contato com ninguém. Assim ele foi liberado da “prisão perpétua” no Leprosário do Prata”, mas recebia agentes de saúde no Sítio Olaria para averiguar sua condição de saúde e o estágio da lepra.
Sérgio ficou com medo de ser outra vez preso por agentes de saúde, de ser denunciado como leproso ao Leprosário do Prata e de ser levado para sempre ao dito. Então ele viajava de Mocajuba para Belém de maneira escondida no barco, e geralmente ficava escondido dentro do barco no porto de Belém a fim de não ser descoberto.
O Venerável capuchinho Frei Daniel de Samarate, em processo de beatificação, entrou leproso para o Leprosário do Prata no dia 27 de abril de 1914, e morreu no dia 19 de maio de 1924. Logo ele e Sérgio não se conheceram e não se encontraram no leprosário.
Lazarópolis do Prata, d. 1930/ Casa de Oswaldo Cruz.
“Com o aumento do número de doentes no Estado e a proximidade do asilo de Tucunduba do centro da capital, o governo buscou instalar um novo hospital colônia com maior extensão territorial, transformando a Colônia do Prata [Igarapé-Açu] em leprosário”.
“Empossado em 1º de fevereiro daquele ano [Emiliano Sousa Castro] durante seu governo fundou a Lazarópolis do Prata, (…), criado com o objetivo de isolar e oferecer atendimento aos leprosos do estado. Inaugurado em 1924, o leprosário ficou localizado a 150 quilômetros de Belém, na colônia agrícola de Santo Antônio do Prata”.
"Aspectos da Larazópolis do Prata, Pará, primeiro leprosário oficial, fundado em junho de 1924 pelo Dr. Souza Araujo ( sic ). Ampliado em 1937, tem hoje 900 leprosos. Esta-se construindo um novo leprosário para 1000 pacientes em Marituba”.



Bilhetes de Francisco Seguin Dias a Sérgio Rascón Martínez


“28/11/1947
Sr. Rascon
Saúde
Falei com o Bendelak a seu respeito e pedi a ele que tivesse um pouco de paciência, até você liquidar os seus negócios.
Mandei também um recado para o delegado de polícia de Mocajuba, é provável que seja atendido.
Recado do seu amigo Seguin”.




27/12/1947
Sr. Rascon
Saudações
Respondo o seu bilhete de hoje.
Só tenciono descer (viajar) depois das eleições, por isso ainda resta muito tempo para se resolver tudo o que você quer.
A procuração para receber o dinheiro no Moreira Gomes, vou passar no nome de seu filho, a mim nada interessa esse negócio. O meu interesse é muito particular, é simplesmente evitar que você seja reconduzido para o Leprosário do Prata, é o que tenho feito até hoje, embora você não saiba recompensar.
Seguin”.



Parte 27, 1937-1938 Escrituras dos novos terrenos anexados ao terreno Castanheiro.

 

PARTE 27

 

1937

Escrituras dos novos terrenos anexados ao terreno Castanheiro

Declaro eu abaixo assinado que sou senhor e possuidor de um terreno contendo trinta cacaueiros, seringueiras, andirobeiras, ucuubeiras (Ucuubeira, "árvore da manteiga", Virola surinamensis) e mais árvores de utilidades na llha do Rufino, em rio Tauaré deste município, no lugar denominado Castanheira, cujo terreno e cacaueiros e tudo o que nele se contém, me pertence por compra legal que comprei de José Máximo Rodrigues da Fonseca, conforme Escritura em meu poder legalmente passada; que faço venda do dito terreno: cacaueiros, andirobeiras, seringueiras, ucuubeiras e tudo o que nele se contém, ao senhor Sérgio Rascon Martinez, pela importância de vinte e cinco mil reis, que recebi em moeda corrente do país, cuja venda faço firme e irrevogável sem constrangimento algum, não podendo nem eu me arrepender, e nem meus herdeiros ir de encontro da dita venda, por ter sido feita de minha livre e espontânea vontade, transmitindo na pessoa do comprador, todo o direito de posse, jus e domínio que me pertencia. Divisando do lado de baixo ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...... ... (parte do documento destruído por cupim ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... uma baixo ... (parte destruída no documento) ... ser verdade assino a presente escritura particular, na presença das testemunhas também abaixo assinadas, prometendo passar escritura pública em qualquer tempo que o senhor Rascon a exigir.
Tauaré, 19 de agosto de 1937
Testemunhas: Vicente Rosa de Farias.
                      João Pereira da Costa.
          Antônio Lopes.
Reconheço verdadeiras as assinaturas e dou fé
Mocajuba, 17 de setembro de 1937
Em testemunha J.P.S. (João Procópio de Souza) da verdade.
João Procópio de Souza
Tabelião.
xxx

 

Escritura de venda de cacaueiros, que passa e assina Corinta Farias da Igreja a Sérgio Rascon Martinez, como se declara:
               Declaro eu abaixo assinada que sou senhora e possuidora de um terreno com cacaueiros e mais árvores de utilidades na Ilha do Rufino em rio Tauaré, município de Mocajuba, Segundo Distrito Judiciário da Comarca de Cametá, no Estado do Pará, Brasil; que de cujo tereno faço venda de um pedaço do mesmo terreno, contendo cem (100) pés de cacaueiros, as respectivas seringueiras e mais árvores de utilidades, e tudo quanto nele se contém, ao Senhor Sérgio Rascon Martinez, pela importância de Cr$ 200,00 (duzentos cruzeiros) que recebi do mesmo senhor em moeda corrente do país. Transferi eu na pessoa comprador toda posse, jus, domínio e direito que a mim pertencia dos ditos bens, podendo o mesmo senhor Sérgio Rascon Martinez, entrar calma e tranquilamente na posse dos ditos bens, como sua legítima propriedade, por se achar livre desembaraçado de qualquer ônus, pondo eu a pessoa do comprador, e os ditos bens a salvo de qualquer dívida futura. A dita venda é firme e irrevogável, não podendo eu me arrepender, e em meus herdeiros presentes e futuros, nem pessoa alguma irem de encontro da dita venda, por ter sido feita de minha livre e espontânea vontade, sem constrangimento algum. A divisa do lado de cima, é feita com o terreno e cacaueiros do mesmo comprador e de Suzana Rodrigues, e do lado de baixo com cacaueiros de minha propriedade; marcada do centro para a frentes em duas ucuubeiras, duas andirobeiras e um capoteiro, e no canto com a divisa de Pedro Igreja por um marco de madeira. E por ser verdade, mandei passar esta escritura e assino a mesma na presença das testemunhas também abaixo assinadas.
Tauaré.
xxx

 

            Declaro eu por mim abaixo assinada que sou senhora e possuidora de uma terra contendo trinta e três pés de cacaueiros, algumas seringueiras e mais árvores de utilidade na Ilha (do) Rufino, em Rio Tauaré, deste município, e se acham livres e desembaraçada e, que faço venda firme e irrevogável, sem constrangimento, de minha livre e espontânea vontade, ao Sr. Sérgio Rascon Martinez, pela quantia de treze mil e trezentos reis, que recebi em moeda corrente do país, e por ser verdade, pedi ao Sr. Marcelino Lopes, meu companheiro e pai de meus filhos, que assinasse por mim na presença das testemunhas também abaixo assinadas.
Tauaré
            (Parte do documento manuscrito destruído por cupim, ocultando a data e as assinaturas).”
xxx

 

            Declaro eu abaixo assinado que sou senhor e possuidor de um terreno contendo trinta cacaueiros, seringueiras, andirobeiras, ucuubeiras e mais árvores de utilidade na Ilha Rufino, em Rio Tauaré deste município, no lugar denominado Castanheiro, cujo terreno e cacaueiro e todo o que nele se contém, me pertence por compra legal que comprei de José Máximo Rodrigues da Fonseca, conforme escritura em meu poder legalmente passada; que faço venda do dito terreno: cacaueiros, andirobeiras, seringueiras, ucuubeiras e todo o que nele se contém, ao senhor Sérgio Rascon Martinez, pela importância de vinte e cinco mil réis, que recebei em moeda corrente do país, cuja venda faço firme e irrevogável sem constrangimento algum, não podendo nem eu me arrepender, e nem meus herdeiros ir de encontro da dita venda, por ter sido feita de minha livre e espontânea vontade, transmitindo na pessoa do comprador, todo o direito de posse, jus e domínio que me pertencia. Divisando do lado de baixo ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... (Parte do documento manuscrito destruído por cupim) ... ... ... ... ... ... ... uma baixo ... ... ... ser verdade assino a presente escritura particular, na presença das testemunhas também abaixo assinadas, prometendo passar escritura pública em qualquer tempo que o senhor Rascón a exigir.
Tauaré, 19 de agosto de 1937
Antônio Lopes
Testemunhas: - Vicente Rosa de Farias.
                        - João Pereira da Costa.
Reconheço verdadeiras as assinaturas e dou fé
Mocajuba, 17 de setembro de 1937
Em Testemunho J.P.S. (João Procópio de Souza) da verdade.
João Procópio de Souza
Tabelião interino.
xxx



Nota de venda de cacau:


Imposto territorial 26/03/1938:
    “.......................................................................................................................
(Parte do Documento destruído e perdido)
1938...... (parte do documento destruído)
................................................... $ ...............
................................................... $ ...............
................................................... $ ...............
(Multa ?) de ............................. 6 $ 00
               Que incide sobre os terrenos denominados Olaria e Castanheiro situados na Ilha (do) Rufino, aplicado na indústria Ag. Ext. (Agricultura extrativa).
Coletoria Estadual em 26 de março de 1938
O Coletor
Quirino Quintino da Igreja.
xxx


Imposto territorial, 26/03/1938:

Estes dois documentos desfragmentados podem ser o mesmo documento.
xxx


Certificado de batismo, 05/09/1945.







Genealogia Técnica das Famílias Rascón, Martínez, Freitas, Pereira, Brito, Castro, Colares e Cardoso

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